"A família tem uma memória.
O que dela vem à luz nos é presenteado.”
Bert Hellinger
Este módulo foi maravilhoso e, apenas assistindo as aulas, já é possível constelar, compreendendo e sentindo nossos emaranhamentos, o que se torna fácil quando eles nos sobem à garganta como um nó a ser desatado.
Sua realização me possibilitou perceber que cada família, na sua singularidade, transfere a seus integrantes sua dinâmica, sua herança e todos os seus emaranhamentos os quais, muitas vezes, ao longo de várias gerações, irão se manifestar e cobrar sua resolução.
De minha parte, pude me dar conta de que minha solteirice nada mais é do que uma declaração de lealdade ao meu sistema; de que meu excesso de peso é fruto de um vínculo de amor interrompido com minha mãe que – ao falecer – me transmitiu a ideia de que desistia de mim e de que eu não era importante a ponto de fazê-la querer ficar ao meu lado; de que as mulheres de meu sistema me transmitiram uma grande mágoa em relação aos sofrimentos a elas infligidos; e de que, como terapeuta, preciso curar minha vida, meu desamor, minhas memórias e meus sofrimentos para – só então – ser capaz de levar cura aos que a mim recorrerem.
Tudo isso só será possível através de uma revisão de minha vida e da conscientização de que não preciso aceitar todo este sofrimento que o sistema me impõe. Esta é a concessão do direito à desobediência; a busca da reconciliação através de um transbordamento de amor e reparação de danos.
Esta cura já se faz tarde e a ela digo, como Herbert Vianna, “eu estou na Lanterna dos Afogados, eu estou te esperando, vê se não vai demorar”.
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