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Rótulo só pega onde tem cola

Rótulo só pega onde tem cola
Simone Belkis
set. 16 - 4 min de leitura
010

Trocando comentários em um post com um amigo no Facebook, acabei escrevendo o título desse artigo, que virou mais um item da minha galeria de frases. Afinal, quem já me conhece por aqui, sabe que amo escrever e que sou uma "verbólatra" (viciada em  usar o verbo, em falar, em escrever, hehe).

Mas, a questão que considero importante nesse texto é o que significa esse rotular eterno, que é uma característica do ego humano. Dizem que nosso cérebro é meio preguiçoso, que sempre busca o caminho mais curto e que também tem aquela mania de omitir, generalizar e distorcer as coisas, como bem nos explica a PNL. Vale abrir parênteses aqui, para esclarecer um pouco e enriquecer a compreensão do que quero dizer.

A PNL faz uso do chamado Metamodelo, que "nos fornece  um conjunto de perguntas para auxiliar a pessoa que estamos ajudando, a se mover da estrutura de superfície da sua comunicação para a compreensão de sua  estrutura profunda - crenças inconscientes, valores e decisões". (Referência: Golfinho, o Portal da PNL no Brasil).

Omissão: nós só apresentamos algumas das informações disponíveis na estrutura profunda.

Generalização: nós podemos fazer afirmações gerais sobre o que acreditamos, como vemos os outros, os nossos valores, etc. Nós ignoramos possíveis exceções ou condições especiais.

Distorção: podemos escolher simplificar excessivamente ou fanatizar sobre o que é possível ou sobre o que aconteceu.

Eu entendo que é desse processo, acima citado, que nasce a mania infeliz de rotular. Tudo bem que rótulos ajudam muito na compreensão rasa da maioria das coisas e é por isso que eles fazem sucesso nas embalagens (embora letrinhas miúdas sejam bem incômodas para ler). Mas, quando se trata de falar do humano, rotular vira uma confusão sem precedentes. Para isso, basta olhar tudo o que leva o sufixo ISMO nas costas.

Não querendo criar controvérsias, o que quero mesmo dizer é que estamos dando cola demais para tanta rotulação, esquecendo que nossas estruturas são bem mais profundas do que os conceitos prontos que naturalmente herdamos das gerações anteriores, que por sinal usavam rótulos que se já nem cabiam nelas mesmas, imagine em nós?

Essa frase, que surgiu de uma brincadeira, e que saiu de um comentário sobre rotulação, quer dizer que essa cola é a crença no raso, naquilo que não foi (re)pensado, olhado com outros olhos, que está no DNA da nossa história e que passa por cima daquilo que é único, individual e precisa ser considerado quando se trata do humano.

Tudo bem usar uma cola firme para colocar nos rótulos das compotas por aí, afinal nem todo mundo gosta de doce de leite com chocolate,  e para saber se tem ou não,  lê o rótulo. Mas, quando se trata de ser humano, de profundidade, de anseios, desejos, talentos, credo, etnia, gênero rotular fica muito, mas muito aquém. Porque também tem o outro lado do rótulo, que é o que está dentro da "embalagem", ou seja, o nosso eu. Mas, nós também precisamos avaliar os rótulos que tentam nos impor, e que aceitamos porque nossa "cola" está em excesso dentro do nosso cérebro que generaliza, distorce e omite.

É preciso repensar nossas ideologias, que mais se parecem com rótulos de letrinhas miúdas, que a gente não consegue ler sem "lentes" de aumento ou que a gente nem lembra de olhar, igualzinho a prazo de validade.


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