Aquele grande e lindo Pavão cresceu. Se olhou no espelho. E viu que apenas beleza não valia nada.
Trocou suas penas, decidiu subir uma montanha... passou grandes desafios, no meio do percurso viu que era bom voar. Subiu mais alto. E quanto mais alto subia, mais o bico afiava, mais as garras cresciam. Quando de repente saltou de um penhasco, voou sobre seu antigo bando, todos apavorados e amedrontados... E ele se perguntou... quem eu realmente sou? Foi a um antigo mestre, indagando quem de fato ele era. Perguntou e questionou por longo tempo e o sábio se mantinha em silêncio, sem nenhuma palavra, mas com toda a presença de espírito... passando algumas primaveras o mestre assim o falou: "diga com quem andas que direi quem és".
Aquele animal que antigamente muito falava, muito mostrava, porém de fato era incongruente com as palavras, sentimentos e atitudes, se auto avalia e volta a lembrança dos últimos tempos com quem esteve. E fala ao mestre: "sábio mestre, depois que decidi trocar minhas penas, andei sozinho, afiei minhas garras, comecei a voar e um dia meu antigo bando teve medo de mim e agora estou entendendo...
Nos últimos tempos eu só voei com as águias e sempre que via uma águia maior, era ela que eu queria ser. Copiava ela em tudo. Até chegar ao senhor, sábio mestre. E depois de tantos anos, me sinto próximo a ti."
O sábio mestre respondeu: "o bom filho a casa retorna".
De Amaury Luiz Miqueleto