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Ser o Centro do Universo ou fazer parte do Quadro?

Ser o Centro do Universo ou fazer parte do Quadro?
Simone Belkis
set. 20 - 6 min de leitura
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Não conseguimos entender a vida, porque não vemos o quadro todo. E não vemos porque não somos o centro do Universo, tal como nos foi dado acreditar.

Essa declaração pode parecer dura e até (biblicamente) polêmica, mas é a verdade. O ser humano arvora-se de herdeiro único e legítimo da Terra, soberano sobre a natureza e sobre a vida. Pode até estar no topo da cadeia alimentar, mas realmente não passa muito disso.

Radical!? Ou verdadeiro? Vamos entender do começo o que quero dizer.

O que é Ecologia:

"Ecologia é um ramo da biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ambiente onde vivem, bem como a influência que cada um exerce sobre o outro". (Site: Significados)

Tomando essa definição em termos primeiramente físicos, nós seres humanos estamos definitivamente incluídos nessa tese. Somos seres vivos, biologicamente construídos, vivemos em um meio ambiente (meio transformado, diga-se de passagem), temos influência sobre esse meio e vice-versa. Ou seja, estamos dentro.

Já olhando do ponto de vista intelectual, pode-se considerar então, que sim, somos seres "superiores". Porque realizamos o feito de reconhecer nossos próprios pensamentos e tantas outras capacidades que os seres VIVOS dos  reinos mineral, vegetal e animal (não estou falando de elfos e fadas) não compartilham, até porque esses não precisam, vivem muito bem, obrigado. (Quer dizer, viveriam sem a interferência humana).

O que eu quero dizer então?  Em Gênesis está escrito: "Ao criar o homem à sua imagem e semelhança, Deus deu a ele domínio, poder e autoridade sobre as aves dos céus, os peixes do mar e sobre os répteis da terra (Gênesis capítulo 1, versículo 26).

De onde recolhi essa passagem da Bíblia, o texto segue assim: O homem, porém, não sabendo valorizar o que Deus lhe deu, entregou "de bandeja" ao diabo, por meio do pecado, este poder e domínio".

Devemos, aqui, fazer algumas considerações e quero deixar claro, que estou expressando a minha visão dessa tese, sem conotações religiosas, políticas ou o que quer que seja. Eu escrevo sobre o que eu penso. E não acredito no Diabo (não com chifres e rabo, pelo menos, hehe). 

Voltando ao tema. O que eu quero dizer com isso? Quanto Deus criou o homem à sua semelhança (se é que foi isso mesmo), criou um ser em potencial para se elevar em espírito, mas não criou o "bicho" pronto, ou seja, o ser humano é um vir a ser do espírito, e creio que todos podemos concordar com isso. Assim sendo, talvez, domínio, poder e autoridade sobre os demais reinos até fizesse sentido, por ser o humano dotado da capacidade de se elevar. Mas, em seguida, entra o Diabo na história, que para mim tem o singelo nome de Ego (separado do Todo) e desfaz o acordo com o Divino. 

O que é Ego:

"O ego é responsável pela diferenciação que o indivíduo é capaz de realizar, entre seus próprios processos interiores e a realidade que se lhe apresenta". (Site: Significados)

Então, essa diferenciação (distorcida pelo medo) faz o homem acreditar em sua superioridade pautada na personificação de Deus e fazendo dele um ser vingativo e irado e na humanização dos outros reinos, fazendo animais, pedras e plantas falarem, ou serem substitutos de crianças humanas (muito em modo hoje em dia). E vale observar que a realidade de que a definição fala  deve se referir, principalmente, à realidade física (pelo menos, entendi assim, mas posso estar equivocada). Baseado no medo e em busca de ser amado e não de amar, o ser humano personifica em matéria todos os elementos da vida, colocando-se como o Centro e deixando de ver o Quadro.

O quadro representa o Todo em todas as suas dimensões infinitas (alguns dizem 5, outros dizem 11 e já ouvi falar de 33 dimensões, enfim). Quando nós, meros mortais, olhamos nossas vidas limitadas à dimensão física, e mesmo sabendo que existe mais do que nossos olhos podem ver, porque seres VIVOS de outros reinos, como cães e gatos, veem e ouvem o que nós não conseguimos (e não tem nada de sobrenatural nisso), perdemos a noção do que é realidade. Achamos que isso é tudo e assim fica fácil se achar o dono do pedaço. Só que não.

Somos parte integrante e importante, tanto quanto qualquer outra parte ou outros seres. E aqui, eu estou falando apenas da dimensão física. (Não tenho know how para falar das outras, mas sei que elas existem). O Ego (que também tem uma função) distorcido e medroso e que, também, está dentro de nós, cria a separação, partindo do princípio que suas capacidades superiores (e que realmente existem) sejam o suficiente para declarar sua soberania (mas, curiosamente, não sua responsabilidade). Porque domínio, poder e autoridade demandam responsabilidade. E aí a vaca (coitadinha e de outro reino) vai para o brejo.  

Fazer parte do Quadro representa respeitar tudo aquilo que vemos, que não vemos, que não compreendemos e aceitar que é assim. É entender seu verdadeiro papel (muito nobre, por sinal), mas não maior do que dos outros. Para ficar mais claro, imagine a máquina de um relógio analógico. Cheia de pequenas peças que funcionam em conjunto, separadas do todo da máquina, elas são inúteis. No entanto, a máquina  funcionaria sem elas? 

Ou seja, cabe a nós (peças desse grande relógio) buscar formas de não nos deixar dominar pelo Ego medroso,  que nos faz crer que precisamos nos defender e garantir nossa sobrevivência física a qualquer custo, porque a matéria acaba, mas o espírito é infinito.


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