Quando você descobre quem é seu verdadeiro amor, sente que o mundo vale a pena. Quando você se apaixona, vive a fase das borboletas no estômago e quando se encanta com cada gesto do objeto de seu amor, sente que a vida é muito especial.
A paixão passa, porque é apenas um passo para convidar-nos a chegar bem perto, mas tão perto de alguém, que então não podemos deixar de ver esse alguém por inteiro, e receber esse presente com tanta reverência, que só podemos retribuir com amor.
Mas, não confunda. O seu maior amor é você. Porque antes de encontrá-lo fora de si, na alma de outra pessoa, é preciso acessá-lo de dentro, como porta que só tem chave interna.
O nome do seu amor é autoestima, quando você coloca o foco nas próprias necessidades, nos seus talentos únicos e porque não, quando reconhece suas sombras e está disponível para abraçá-las.
Eu levei muito tempo para entender o significado do amar-se primeiro, porque para isso é preciso ter noção do nosso real valor, que não pode e nem deve ser pautado pelas opiniões alheias (ainda que essas contem, porque contam muito, para o bem ou para o mal).
Para amar-se primeiro é preciso dosar o ego, e isso não é nada simples e muito menos fácil (pelo menos para mim não tem sido). Amar é um exercício que, para nós simples mortais, é eterno, mas que vale cada passo dado, cada palavra dita, cada ato praticado com o coração aberto.
O amor de verdade vem de dentro, e esse espaço que ele ocupa em nós precisa ser limpo e arrumado. Precisa curar cada ferida, cada ato de desamor que recebemos ou praticamos. O amor não entra em qualquer "buraco", e não porque não seja humilde, não entra porque simplesmente não cabe. O amor não cabe em qualquer espaço, não entra em qualquer engano, não mente para si mesmo. Ele busca a verdade, seja ela bonita ou feia, triste ou feliz.
Por isso, seu amor precisa ser você. E não falo de egoísmo, porque o amor não sabe o que é isso. Algumas pessoas (senão todos nós) confudem amor com egoísmo, achando que tudo é para si, que só suas necessidades veem primeiro e que não há espaço para olhar o outro, a não ser que seja para ganhar alguma vantagem.
Mas, não condenemos os egoístas (que somos todos nós), porque o desamor dói, machuca, fere, cega, adoece, finge e maltrata. E o desamor é só falta de conhecer a si mesmo, tão fundo e de tanto, que não tenhamos mais como não retribuir com amor.