O objetivo máximo do sexo é a continuidade da vida.
Temos organismos preparados para a replicação e a perpetuação genética, não para a saúde ou a alegria. Fomos construídos para a reprodução, mais do que para a vida. Só isso explica o comportamento suicida de algumas espécies para favorecer o coito e a reprodução (como os louva-deus). O sexo serve essencialmente para o encontro e a mistura de genes.
Entretanto, a sexualidade e assume outras características no domínio da linguagem e acaba desembocando no "amor romântico", cuja existência decorre dos sentimentos primitivos derivados da altricialidade - a característica de dependência extremada dos recém nascidos - e os sentimentos da mãe em relação ao seu bebê.
Freud já nos dizia que a maior tarefa das mulheres é ensinar o amor a seus filhos, pois que esse sentimento é originado do amor que estas tem por eles. Se amor existe, este é o sentimento de uma mãe por seu filho, de onde todos os outros amores são derivados.
O amor seria, então, "a fissura bizarra da ordem cósmica", o evento fora do planejamento da vida biológica do planeta.
O amor é, portanto, quando esse sentimento se desprende do sexo e toma sentido próprio, assim como a poesia se descola da prosa.
O sexo acaba ganhando no humano um companheiro novo, desnecessário para seus propósitos máximos, mas originário do triangulo afetivo primordial que nos constitui enquanto sujeitos.