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SEXUALIDADE E DESEJO

SEXUALIDADE E DESEJO
OLINDA GUEDES
dez. 31 - 7 min de leitura
0110

Olá!

Esse é um assunto que eu sei que vai longe, porque sexualidade é um tema que liga diretamente a vida, não é?

Tem muitas nuances, tem muitos tons. É um assunto que as pessoas desejam muito saber e conversar, existe todo um preconceito, uma dificuldade de abordagem. Porque há sempre muita dor, muito sofrimento, muito corpo de dor em relação a sexualidade, não é?

Muito abuso, muita história de sofrimento mesmo, de violação de corporalidade.

Então, hoje eu gostaria de falar sobre ausência de desejo ou sobre excesso de desejo, sobre frigidez por exemplo, sobre baixa libido e tudo aquilo que não corresponde ao que é considerado normal, que é considerado saudável, que pode ser curado, solucionado e ser harmonizado.

Muitas vezes o desequilíbrio do desejo, na libido, ausência de desejo ou a frigidez, tem a ver com traumas, com memórias traumáticas.

É só estudarmos  antropologicamente ou historicamente, nós vamos perceber o quanto o corpo e a sexualidade são utilizado como armas, não são vivenciados como recursos maravilhosos de vida de prazer, de encontro, de brincadeira como disse um cliente meu estes dias:

 “ Eu gosto de brincar Olinda!” achei tão bonito e é verdade, o prazer da sexualidade se aprende na infância, quando podemos brincar livremente com a vida, não de forma erótica, de forma genital, isso seria um trauma, mas quando podemos na nossa infância termos uma infância feliz. Infância feliz que inclui o trabalho.

Que inclui os entretenimentos, as brincadeiras. Os aprendizados, não é?

Desde cuidar da casa, do lugar onde se vive, de aprender a ler, a escrever, a escolarização, todo o prazer que nos é permitido na infância, esse prazer ele contribui para uma vida adulta feliz e uma vida feliz de um adulto inclui uma sexualidade saudável, inclui uma sexualidade prazerosa, inclui o prazer da sexualidade.

Então quando uma pessoa é adulta, uma mulher por exemplo, e não tem vontade, desejo. Deseja ter vontade mas não tem vontade, a tal da frigidez, o que é que traz essas dinâmicas?

Traz as proibições, porque nós vivemos numa sociedade opressora.

Uma sociedade culturalmente opressora. Onde não se pode ter prazer de viver.

Porque ter prazer e desejar o outro é declarar um poder pessoal, é declarar um direito humano.

Então em famílias onde o direito humano foi violado, onde corporalidade foi violada é muito difícil nas gerações posteriores, todos estarem saudáveis.

Alguns podem estar, mas outros podem herdar este trauma, esse sofrimento e precisar então curar, que senão tratar não vai ter cura e não vai conseguir sair deste sofrimento.

Imagina uma violação de corporalidade, e uma violação de corporalidade não é simplesmente o estupro em si, mas pode ser por exemplo uma criança que cresce num lar abusivo onde ela não tem as suas fraldas trocadas, sua higiene feita de modo apropriado e ela cresce com assaduras.

Mas a gente também pode relacionar a falta de desejo, dificuldades de ter desejo, mesmo tendo vontade de ter desejo, com crianças que não tiveram as suas necessidades básicas atendidas, não só de higiene, mas de alimentação, também de colo, também de sono, também de sono, também de moradia.

Tudo isso experienciado numa infância, que não precisa ser da própria vida. Pode ser uma memória transgeracional.

Pode trazer absolutamente a condição de ter desejo.

Também a dificuldade de ser tocado.

Muito de vocês, escreveram, fazendo essas perguntas

Porque que quando a parceira, o parceiro me toca é como se fosse um estranho. Me incomoda é ruim. É difícil pra caramba.

Porque?

Por conta desse corpo violado. Desse corpo não acalantado quando era bebê

Qual corpo?

Nem sempre é o nosso corpo individual. Pode ser uma avó, uma trisavó. Pode ser uma memória hipgenética. Uma memória transgeracional.

Isso faz sentido pra vocês?

A gente está vivendo hoje um dia muito oportuno pra isso, um dia para rever e pra redefinir. Decidir curar.

Como é que nós curamos essas situações?

Proporcionando todos os dias pequenas alegrias, todos os dias, pequenas alegrias.

Alegrias eróticas Olinda?

Não. Eu não estou falando delas.

Esqueçam o erótico, esqueça que você é um adulto.

Precisa antes curar a sua criança interior. Precisa ter alegria de por uma roupa confortável, precisa ter a alegria de tomar água num copo agradável, alegria de ficar fazendo nada, alegria de deitar numa rede, de deitar num gramado, de sentar embaixo de uma arvore e ficar admirando a natureza, alegria de fazer nada, nada, meus amores!

De desligar-se pelo menos cinco minutos das redes sociais, alegria de você pensar o que eu quero fazer para o meu próximo. Para os meus próximos 12 meses de vida.

Para os meus próximos 365 dias de vida, que vai me trazer alegria, felicidade, por exemplo eu adoro receber massagem.

Massagem Reparentalizadora Sistêmica, como se fosse uma Shantala. Eu adoro! Adoro bolinho de chuva, laranja, uva, manga, melancia, adoro frutas, verduras.

Então pequenos prazeres. Eu adoro aromas, puxei muito a minha avó, os meus avós maternos, eles eram pessoas que gostavam muito os aromas.

Meu avô estava sempre cheiroso, perfumado. A minha vó também. Eu adoro papelaria, meu avô era apaixonado pro escritas, por caneta de tinteiros, eu sou apaixonada.

Então pequenos prazeres que você traz pra sua vida e que você terá prazer e que daqui, em três meses você fazendo esses exercícios, o seu prazer relacionado a sexualidade, o seu desejo, a vontade de encontrar o outro, a vontade de ter prazer, a vontade o desejo, no âmbito da sexualidade também estará presente. Estar disponível pra você.

Nós nunca podemos tratar um sofrimento no mesmo nível que apresenta.

Querer curar sofrimentos da sexualidade, tratando diretamente a sexualidade é algo muito. Não traz resultados. Os resultados eles chegam quando traz a alegria de viver em todos os âmbitos. Você gosta de flores ou de plantas medicinais ou suculentas ou orquídeas.

Vai cultivar!

Eu gosto de jogar tênis, de equitação. Va fazer isso!

Oh! Olinda! É caro!

Caro é viver infeliz, invista em você. eu costumo brincar, caro é carro, num instantinho acaba, deprecia, acaba.

Caro é aquilo que você não vê valor, caro é aquilo que não te traz alegria. Caro é aquilo que só está no campo do ego, das vaidades, porque faça aquilo que você, as pequenas alegrias da vida, elas curam a sexualidade.

Uma virada de ano cheia de celebração, de pequenas alegrias.

Lembre-se de agradecer todas as coisas boas que você teve esse ano. Que o ano novo venha também cheia de bênção.

 Sexualidade

 Olinda Guedes

Áudio 003 – Telegram – Grupo Saberes Sistêmicos com Olinda Guedes

Assunto: Ausência e excesso de desejo, frigidez, libido...

Degravação/Transcrição: Suzana Langner

Revisão: Iraci A. Franceschini Bridi

Data: 31/12/2020

 


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