Já ouvimos por aí a velha frase: "- Só o amor não basta". E eu admito, ficava muito indignada quando ouvia isso, até compreender que havia um ruído, uma falha de comunicação no meu entendimento sobre isso.
Primeiro, quero esclarecer que só o amor é mais que o suficiente para qualquer coisa na vida. O amor já basta por si só, porque também já ouvimos por aí a, também, velha frase: "- Deus é amor".
Então, pronto!!! O amor basta e se basta.
Mas, então, como resolvi o problema do ruído na comunicação? Entendi, que apesar do amor ser a base de absolutamente tudo que se refere ao humano, o próprio humano não o conhece por inteiro. Eu estava equivocada ao acreditar que se não amávamos incondicionalmente, não amávamos. Mas, muito de nós se equivocam quando acreditam que menos que o incondicional é amor total. Ou seja, a frase se refere, simplesmente, ao amor condicional.
No entanto, eu aprendi que à medida que vamos crescendo em maturidade, vamos amando mais. Não existem tipos diferentes de amor, propriamente, o que existe (e esse é o meu entendimento) é uma graduação evolucional, como uma escala de 0 a 100 e, na qual, quanto mais avançamos, mais amamos.
Então, é preciso compreender que a frase "Só o amor não basta", deve ser olhada de dois possíveis pontos de vista. Ou não se está falando de amor ou se está falando de algum grau de amor abaixo do incondicional.
Nós, seres humanos, costumamos confundir os conceitos, que com o tempo vão perdendo seu sentido original e seu valor intrínseco, achando que qualquer manifestação (gostar, apaixonar, simpatizar, empatizar, adorar) já é amor.
Mas, afinal, o que é o amor? Também, do meu ponto de vista, porque só posso falar por mim, entendo que o amor é na verdade um estado de espírito, não é algo que se adquire o que se aprende realmente, mas é algo que floresce, cresce como uma semente dentro da alma que evolui, que se dedica a ser essência, ou em outras palavras, é quando decidimos avançar no processo de crescimento, de expansão de consciência. É como uma semente que pode dormir por séculos, senão tocar um solo que lhe desperte.
Então, porque o amor basta? Basta porque ele é a trama do tecido da vida, porque é dele que se fez o "campo" de possibilidades infinitas que uma alma multidimensional experimenta, porque ele é a semente que faz brotar e que realiza o processo de evolução.
Tudo bem, você pode dizer que não é exatamente o que tem visto por aí, e que as dificuldades da vida fazem o amor desertar. Isso me lembra outra velha frase: "- Quando o dinheiro sair pela porta, o amor escapa pela janela". Minha reflexão sobre essa frase segue a mesma linha. Ou não é amor ou está nos mais baixos níveis da escala 0 a 100.
Mas, afinal, o que é esse tal amor incondicional? É o mesmo sentimento que nasce quando temos um bebê, o mesmo que nos faz dizer sim diante do altar, o mesmo que nos leva a ajudar nossos irmãos necessitados. O que nos faz sucumbir às dificuldades não é a falta de amor, mas a ausência da incondicionalidade que faz o amor ser completo.
Quero dizer que quando amo, eu me comprometo em trabalhar minha essência, em evoluir, em ser o meu melhor. Quero dizer que quando amo, supero minhas diferenças, aceito os outros tal como são, respeito as opiniões sem me sentir obrigada a ceder mais que o necessário.
Se você sente amor por alguém, mas não consegue superar seus medos, dúvidas, traumas, não se culpe. Apenas trabalhe mais para ultrapassar os níveis mais baixos da escala de amor, para transformar o condicional em incondicional.
A boa notícia é que o verdadeiro amor só precisa ser regado, ele já está dentro de nós. Mas, é preciso dar-lhe a água da evolução, do comprometimento, do querer ser alguém melhor, assim o amor e "tudo o mais lhe será dado por acréscimo" e incondicionalmente.
O amor não é uma lição a ser aprendida, o amor é a nota 10 que recebemos por tornar nossa essência mais pura.