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Só se for no copo de ouro

Só se for no copo de ouro
Susy Guedes
jan. 3 - 4 min de leitura
010

Uma metáfora sobre o significado de concordar com o destino.

Era uma vez um rei cujos utensílios que utilizava eram todos de ouro ou cobertos por esse metal precioso - o símbolo da realeza. 

Certa ocasião ele saiu para uma caçada e, evidentemente, seus criados levaram todos os apetrechos de acampamento, do modo como mandava o figurino. Tudo de ouro.

Naquela expedição, porém, aconteceu que uma tribo de bárbaros, fortes e valentes, atacou a comitiva real de caça. A guarda real não pode vencê-los e levaram tudo da expedição, até mesmo os criados. Apenas o rei e seu camareiro fugiram mata adentro, somente com a roupa do corpo. O camareiro levava consigo uma caneca, feita de casca de coco, presa em seu cinto pela alça, junto com um pequeno canivete.

Após longa caminhada, fugindo dos bárbaros, chegaram ofegantes e cansados, a uma fonte de água, que suavemente caía de uma rocha, um pouco abaixo de onde estavam. Imediatamente o camareiro desceu o barranco, encheu a caneca daquela água fresca e retornou, oferecendo-a ao rei. 

- Majestade! Eis aqui água. Beba para recobrar as forças.

- Onde está meu copo de ouro? 

- Perdão, majestade, os bárbaros levaram tudo. Esta caneca é a que utilizo e por isso carrego comigo. 

- Eu não sou você! Sou um rei e meus utensílios são de acordo com minha realeza. Só bebo no copo de ouro.

- Perdão, mais uma vez, majestade. Sinto muito, mas agora sua realeza se encontra diante desta realidade: não temos seu precioso copo dourado; apenas este, de casca de coco, do meu uso pessoal. 

- Beba você! Eu só beberei se for no copo de ouro! Vá providenciar meios de sairmos daqui. Ande! Rápido!

- Está bem, majestade! Saio agora mesmo, buscar socorro para si.

O camareiro real bebeu a água o mais rápido que pôde e se foi, tentando achar o caminho de volta ao palácio, para trazer socorro ao rei, que ficou majestosamente esperando. 

Dois dias depois, passou por ali um camponês e se deparou com o rei, caído sobre seus joelhos, como quem se dobra após muito tempo em pé, moribundo, faminto e sedento - logo abaixo, no final do barranco, a fonte cristalina borbulhava.

Rapidamente, o camponês desceu, pegou um pouco de água com sua caneca de casca de coco e levou-a à boca do rei, que bebeu sem se queixar, recobrando um tantinho seu ânimo. Do seu farnel, o camponês tirou uma porção de alimento, a qual foi servindo aos pouquinhos e o rei foi melhorando.

Nisso, retorna o camareiro, com o socorro que fora buscar e o copo de ouro, para dar de beber ao rei. Porém, quase não pôde acreditar no que via! 

Após ter bebido água e se alimentado do farnel do camponês, o rei se sentia melhor, a luz retornara aos seus olhos. Contemplou o rosto queimado do seu benfeitor, com infinita gratidão. Recompensou-o, dando-lhe de presente seu copo de ouro. Gentilmente lhe pediu se podia deixar com ele a caneca de casca de coco, na qual bebera a água que lhe salvou a vida.

Prometeu que haveria de utilizá-la todos os dias, não apenas para lembrar do modo pelo qual sua vida fora salva, mas também, de que aprendera a diferença entre realeza e realidade - o melhor que se faz é aceitá-la e, em paz, fazer o que é necessário.

Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas. (Fp 2:14)

 


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