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SOLTEIRA. AINDA?

SOLTEIRA. AINDA?
Vanessa Abençoada Queiroz Ponciano
out. 17 - 13 min de leitura
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Constantemente sou questionada (cobrada) por conhecidos,  amigos, familiares, colegas de trabalho, de como conduzo o fato de estar 'solteira' por tanto tempo? Como pode alguém bonita, interessante, estar solteira?  

Churrascos de amigos que já casaram e insistem por sua presença, só para ficarem perguntando:  E você, quando vai se ajeitar nessa vida? Casamento da família, sempre tem àquele tio, primo, que fazem questão de fazer piadinhas de mal gosto.  Já encalhou heim!  Também, você é exigente demais.  Nossa, precisa emagrecer. O que acha de pintar o cabelo? e assim por diante. 

Em todos os ensejos que sou indagada sobre o meu estado civil dessa forma, a leitura que faço é de que sou vista como inadequada para essa sociedade, ou com algum problema de fábrica,  portadora de uma doença contagiosa, que está me impedindo de seguir um caminho natural: o casamento. 

Você já se sentiu assim?

Então, passei a refletir e buscar conhecimentos sábios sobre o meu atual estado civil. Conhecimentos e práticas que me ajudassem a ressignificar os pré-conceitos introduzidos em minha própria alma, por padrões e cobranças inúteis da sociedade.

Eu é quem preciso de mudança, para de fato enxergar quem sou. Somente assim os decretos de outrem não terão eficácia sobre a minha a vida.  Pois o que o outro enxerga sobre mim ou sobre o momento que estiver vivendo, não terá tanta importância, à partir do momento que eu sei que sou e o que eu realmente quero pra mim. 

E nesta reflexão  foram surgindo dúvidas como: O que é ser solteiro (a)? Como viver esse tempo? Qual o real significado de liberdade? Quem é livre? Somente os solteiros? Então porquê o desejo que todos nutrimos de ter alguém? Ter um (a) companheiro (a) me aprisionaria? 

Pois.... com isso, identifiquei mais um grande incômodo, o qual me persegue desde a adolescência. Já não queria (não quero, acho que nunca quis)  viver este tempo de solteira, de acordo com padrões e conceitos determinados pela sociedade.  Sabe essa confusão que é feita  entre liberdade e libertinagem. A ideia de que enquanto solteiro (a)  posso e devo viver de tudo. Que viver bem é viver o momento, assim como canta Zeca Pagodinho: "deixa a vida me levar" para coleção de sexos sem compromisso, traições de todos os tipos, drogas, rock rol, de bar em bar, só no risca faca, do treme treme, ... a lista é grande! 

Nutrir-se da doce ilusão de que essa avalanche de degradação é liberdade e que somente os que assim vivem, se dão bem. Quando na verdade, passamos a ser prisioneiros da devassidão, que chega bem de mansinho e quando vê, já destruiu tudo:  identidade, imagem, classe, verbo, sonhos, coração, alma e emoções.  

Ela é santa!  Alguns dirão, ao ler meus pensamentos aqui partilhados. 

Não, amado(a), não sou !!!   Sou alguém que, assim como tantas outras pessoas, e até mesmo, assim como você, já tentei me adequar a este padrão podre decretado pela sociedade, com o objetivo de me sentir incluída e, de quem sabe assim, adulterando um pouquinho alguns dos valores verdadeiros nesta vida, os quais são vistos como retrógrados, pudesse mudar meu estado civil. Ledo engano. Sem sucesso. Minhas tentativas não prosperaram, graças à minha incompetência de me adequar ao modelo proposto. 

E então, aceitei que o fato de ainda ser solteira, não implica necessariamente num estilo de vida libertino e, não será este que trará o que tanto quero. Aceitei que o fato de uns passarem de fase e alterarem o seu estado civil antes de mim, mais cedo que eu, não significa que para mim não acontecerá. E que, não existe uma idade, um tempo certo para ser feliz.  

Que na verdade, temos de  aproveitar cada fase do nosso  "status civil"  para nos empenharmos em descobrir grandiosos ensinamentos que  possuem o poder de impulsionar  curas, honras, deleites e estratégias para nossas vidas, de tal forma que nos prepararão para próximas etapas, com a certeza de sucesso.   

É sobre esses ensinamentos e a beleza que tenho encontrado nesse processo, que quero compartilhar um pouquinho com vocês. Principalmente com os (as) amigos (as) preciosos (as) que estão na mesma fase que eu. 

Por conseguinte,  devo dizer que, os compartilhamentos que farei abaixo, são todos com base na palavra de Deus e no conhecimento das Constelações Familiares, uma vez que um está ligado noutro. 

Ser solteiro (a),  conforme o plano de Deus é “ser único (a) , distinto (o)  e completa (o). É se descobrir incomparável”.

Myles Munroe, foi autor de best-sellers, Pastor e Palestrante. Fundador da Myles Munroe International e da Bahamas Faith Ministries International (a maior congregação cristã das Bahamas), num de seus livros explicou que:

"ser solteiro é a primeira bênção que uma pessoa deve viver. A verdadeira condição de solteiro é ser único, distinto, completo. Algumas pessoas acreditam que ao casar, resolve-se o problema de estar sozinho. Entretanto, algumas das pessoas mais solitárias do mundo, são casadas. Se você não buscar ser uma pessoa única, distinta e singular, quando casar, a solidão se intensificará".

Portanto, casar, namorar, se comprometer com alguém não significa necessariamente que a solidão se findará e, tampouco é garantia de felicidade. Não precisamos de outra pessoa para nos completarmos. E sobre isso,  Myles Munroe ensina  o seguinte:

" Deus não disse para Adão que ele era uma pessoa incompleta e por isso farei para ele uma esposa para completar. Ao contrário, Deus disse em essência -Farei para Adão uma ajudadora que será compatível, ou adequada, ou que gostará dele; outro ser que o complementará e que será complementado por ele".

Que lindo isso, não? Por isso que o conhecimento liberta, completa, constela 😊 😊

Isso me fez compreender que antes de alguém entrar na minha história eu preciso ter um caso de amor comigo mesmo. Pois a alegria, felicidade, completude não depende de ninguém. Deus me fez completa. Preciso me descobrir assim. Preciso SER FELIZ AGORA e, estando feliz, me tornar disponível para ser uma ajudadora compatível, um complemento na vida de alguém. 

Relacionamento conjugal não é a condição única, exclusiva de felicidade.

É fato que todos desejamos ter um companheiro (a), vivenciar outras fases, formar família, partilhar os nossos dias e viver romances. É verdade que estar junto é melhor que estar só. Ir ao cinema. Comer na casa da família aos domingos. Viajar junto. Tomar sorvete. Compartilhar histórias. Escrever novas. Ajudar no processo de cura..... Ou, apenas ficar em silêncio ao lado do ser amado, já é bom demais.... Todos, desejamos isso. 

Hum......mas, nem sempre  é assim que se desenvolvem os relacionamentos.  E, como fazer para que seja assim? 

Os casos de sucesso que conheço, alcançaram este resultado pois entenderam e praticam o que Deus ensina em sua palavra. Um relacionamento afetivo se torna estável, maduro,  quando as partes envolvidas compreendem de que não dependem dele para ser feliz. É preciso entender que o amor, não se sustenta apenas pela emoção. Amar é  uma decisão.

Compreender isso não foi fácil. Não tem sido fácil. Uhaaauuuu. Dói... e muito!

É um processo lento, doloroso, que por vezes,  em razão da fragilidade que habita em nosso  ser, nos faz perder o caminho de transcurso ou, escolher pegar  alguns atalhos, que só implicam em nosso retrocesso. 

Eu, já peguei alguns atalhos, procurando alguém que fosse tudo para mim, e me esqueci de quem eu sou. Esqueci que Deus me constituiu como território sagrado e colecionei alguns relacionamentos para compensar outros tipos de sentimentos, carências e ausências. Gerando tantos outros lixos emocionais. 

Mas  o amor bom é o amor que complementa, nunca o que compensa. O movimento da compensação é igual a anulação e isso, gera exclusão. Já o movimento da complementação gera acréscimo, reforço, inclusão.

Olinda Guedes, professora, terapeuta, palestrante, consteladora, escritora best-sellers, inspiradora da felicidade, alguém com propriedade para falar sobre o amor, eis que ela é puro amor, ensinou e somou a vida de muitos, em um de seus cursos,  quando num de seus ditados mencionou: "um casal quando se une, estão sempre à serviço um do outro, em curar um ao outro, com suas dores e alegrias. A arte de deixar o outro ser quem ele é, isso É AMOR, qualquer coisa fora disso, é egoísmo é capricho infantilizado".

Assim, quando busco um relacionamento afetivo, tenho de escolher unir propósitos e me dispor a servir, muito mais que ser servida.

Pe. Fábio de Melo, num de seus aconselhamentos espirituais sobre relacionamentos, confirmou muito dos ensinamentos que tenho obtido com a Constelação, ao dizer que:

Na vida, o ser humano é assim, cheio de defeitos . E amar consiste em encontrar essas imperfeições no outro e mesmo assim elegê-lo para estar ao nosso lado, ao passo que descobrimos que somos um casal perfeito de tão imperfeito que somos e, que quando juntos, unimos as nossas forças, nossas perfeições. Eu te dou as minhas qualidades e você me dá as suas e, assim, vamos costurando os defeitos e juntos vamos nos tornando melhores. Que sozinho eu não sou nem a metade do que eu consigo ser quando estou do seu lado. Quem ama de verdade não aponta o passado, mas enxerga o futuro. Vive segundo à lógica da beleza dos avessos. Como o amor que Jesus nos inspira a ter, ao se entregar por nós numa cruz. Esse é o amor que uni pessoas, casais, afetos. Que uni e faz permanecer, mesmo quando tudo diz que não ”.

Ou seja, amo, me relaciono não por precisar dessa condição para ser feliz. Mas, por eleição. Por escolha. Não por dependência. Para somar, curar, inspirar. Para servir.  Não para mudar, infantilizar, adulterar, escravizar, banalizar as pessoas e sentimentos.

E diante desses conhecimentos, que a cada dia me curam e me preparam para passar de fase,  já não me desconforta tanto quando alguém me pergunta assustado (a) porquê ainda estou solteira.  Pois agora eu sei, qual o motivo real de ainda estar solteira.  Hoje, a minha resposta pra você é: 

"Sim, estou solteira! Mas isso não é definitivo.  Deus não atrasa os seus planos. A verdade é que Deus tem me concedido a oportunidade de melhorar  a forma,  de fazer boas escolhas, e de plantar  sementes frutíferas neste tempo de solteira,  as quais influenciarão o sucesso da próxima estação.  Então, não precisa  me olhar como uma “extraterrestre”.

Ah, obrigada por elogiar a minha beleza física. Isso agradou meu coração, meu ego também. Tenho outras bonitezas que te encantariam muito mais. E, óh, ainda estou solteira por decisão, não por falta de opção. Sabe, decidi não adulterar mais o meu território, o qual por vezes eu permiti que confundissem com uma praça pública. Tenho trabalhado arduamente para aprimorar os atributos que Deus me concedeu, para de fato ser uma boa ajudadora, adequada para completar o ser amado. Sim.. estou olhando dos lados sim ! Mas sem mediocrizar o que para mim é tão sangrado. Aliás, o que para nós é sagrado, pois com certeza o meu companheiro ficará contente quando chegar e enxergar que soube cuidar de tudo o que será dele, como o meu coração. 

E a porta, ela está aberta,  mas só conseguirá entrar àquele que reconhecer o seu lugar. Este saberá, que deverá tirar as sandálias de seus pés e deixá-la com toda a sujeira que se juntou no solado,  do lado de fora da casa.

São muitos os  complementos lindos que tenho experimentando em minha alma. A cada dia, me sinto mais preparada para viver novas fases.  Já consegui cortar as minhas tranças de Rapunzel. Dei alguns  passos largos para sair de dentro da torre e, não acredito mais no poder que a feiticeira tinha de me aprisionar.  Portanto, já não preciso mais de ser  surpreendida por um príncipe encantado. O que quero mesmo é um companheiro, um homem de verdade. Desses bem humano". 

Que tal fazer o mesmo com sua vida? Seus pensamentos? Solteiro (a) ou Comprometido (a), sempre é tempo! Deus nos concede o milagre de ressignificarmos pensamentos que nos maltratam, diariamente. Pois antes de qualquer ação, é preciso pensar certo.
 
Ah... se gostou e foi proveitoso para você a partilha que fiz sobre o processo que tenho vivido,  compartilha, comenta e curti.  Pois, existem,  outras tantas pessoas precisando do mesmo acalanto.  

Beijinhos adocicados e muitos abraços apertados para este tempo, de curas e conhecimentos. 

 

 

  


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