Sabe aquelas situações que parecem acontecer apenas com você? Aquelas situações repetitivas? Há uma sensação que o “lance” sempre será do mesmo jeito... Nada mudará. A impressão de que tudo está indo bem e de repente volta a estaca zero.
São situações cotidianas, rotineiras e simples que tiram a alegria de viver, o sorriso do dia a dia. São circunstâncias que não impedem de viver, não matam, mas atrapalham o desfrutar da vida, de ter prazer. Fica a sensação de que essa “história” sempre se repete com a pessoa.
Esse sentimento corresponde à memórias sistêmicas transgeracionais. Mesmo havendo um desejo de buscar resolver a memória traumática, não é tão evidente a resolução e se a pessoa decidir não olhar para “isso” por meio de terapia, constelação, provavelmente “isso” não ficará pior, porque temas existenciais acontecem com todo mundo.
Contudo, quando aquela pessoa decide curar os temas existenciais através das constelações, isso se revigora porque esses temas são lições que ainda não foram assimiladas, que não se completaram, são situações que estão abertas no sistema, esperando, de forma generosa, a cura e não o deixar para lá.
Como o exemplo de uma mulher que toda época de festas natalinas ficava resfriada e não podia aproveitar com sua família aquela data tão especial. Ao constelar, compreendeu que seus antepassados poloneses passaram por muita privação de alimentos em datas festivas por conta do excesso de frio e escassez de alimentos. Assim, a mulher sentia no seu intimo uma culpa tão grande por tanto sofrimento do seu povo, porque não tinha ainda percebido, olhado, reverenciado e entendido a grandeza, a força desse povo.
Quando ocorreu a conexão com essa memória transgeracional por meio da constelação e a reconciliação com a história do seu povo, nunca mais essa mulher teve resfriado nem em época de festa e nem em outro momento, porque no seu íntimo ficava uma “mensagem” de como poderia ser feliz com tanta gente passando fome. Como poderia comemorar uma data festiva se não tinha alimento? Na verdade o sistema ainda se encontrava em trauma, não tinha elaborado esse impacto e trazia para a realidade algo do passado.
É muito importante trabalhar ao longo da vida esses temas existenciais através de terapias sistêmicas para que as próximas gerações não vivenciem essas questões de formas urgentes com sintomas mais complicados e dolorosos que possam ameaçar a existência.