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Teoria geral dos sistemas

Teoria geral dos sistemas
Suzana Langner
ago. 24 - 5 min de leitura
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Antes da década de 1940, as palavras “sistema” e “pensamento sistêmico” tem sido usada por vários cientistas, mas foram os conceitos de Bertalanffy de sistema aberto e de teoria geral dos sistemas que estabeleceram o pensamento sistêmico como um movimento científico de grande importância. Com o vigoroso apoio que se seguiu, por parte de ciberneticistas, os conceitos de pensamento sistêmico e de teoria dos sistemas ou sistêmica, tornaram-se partes integrantes da linguagem científica estabelecida e levaram numerosas novas metodologias e aplicações – engenharia de sistemas e análise de sistemas, dinâmica de sistemas, e assim por diante.

Ludwig von Bertalanffy começou sua carreira como biólogo em Viena durante a década de 1920. Logo ele reuniu um grupo de cientistas e filósofos, que vieram a ser coletivamente conhecidos, em âmbito internacional, como “círculo de Viena”, e sua obra incluía, desde o início, temas filosóficos mais amplos. Assim como outros biólogos organismos, ele acreditava firmemente que os fenômenos biológicos requeriam novos modos de pensar, que transcendessem os métodos tradicionais das ciências físicas. Ele pôs a caminho no empreendimento de substituir os fundamentos mecanicistas da ciência por uma visão holística, que ele discutiu em uma serie de artigos publicados entre 1940 e 1966, resumidos em Bertalanffy

“A teoria geral dos sistemas é uma ciência geral da “totalidade”, que ate agora era considerada um conceito vago, nebuloso e semi metafísico. Em forma elaborada, ela seria uma disciplina matemática, em si mesma puramente formal, mas aplicável a várias ciências empíricas. Para as ciências envolvidas com totalidades organizadas, ela teria uma importância semelhante aquela que a teoria das probabilidades teve para as ciências envolvidas com eventos probabilísticos.”

Apesar de defender essa visão de uma futura teoria matemática formal, Bertlanffy também procurou estabelecer sua teoria geral dos sistemas em uma base biológica sólida. Ele fez objeção à posição dominante da física no âmbito da ciência moderna e enfatizou a diferença crucial entre sistemas físicos e biológicos.

Para atingir seu objetivo, Bertalanffy procurou definir com precisão um dilema que desconcertou os cientistas desde o século XIX, quando a então recente ideia de evolução ingressou no pensamento científico. Enquanto a mecânica newtoniana era uma ciência de forças e trajetórias, o pensamento evolutivo – isto é, o pensamento que lida com as ideias de mudança, de crescimento e de desenvolvimento – exigiu uma nova ciência da complexidade. A primeira formulação dessa nova ciência foi a termodinâmica clássica, com as célebre” segunda lei”, a lei da dissipação da energia.  A segunda lei da termodinâmica apresentou aos cientistas o dilema fundamental das duas visões diametralmente opostas da mudança evolutiva – a de um mundo vivo que se desdobra em direção a uma situação de ordem e complexidade crescentes, e a de um motor que perde força e vai parando, um mundo de desordem cada vez maior. Ludwig von Bertalanffy não podia resolver esse dilema, mas deu o primeiro passo, um passo crucial, ao reconhecer que os organismos vivos são sistemas abertos que não podem ser descritos pelas termodinâmica clássica. Ele chamou tais sistemas de “abertos” porque precisam se alimentar de um fluxo continuo de matéria e energia, extraídas de seu ambiente, para se conservarem vivos.

Diferentemente dos sistema fechados, que estabelecem em um estado de equilíbrio térmico, os sistemas abertos se mantém afastados do equilíbrio nesse “estado estacionário” caracterizado fluxo e mudança contínuos. Bertalanffy, a entropia (ou desordem) pode diminuir, e a segunda lei da termodinâmica pode não se aplicar. Ele postulou que a ciência clássica precisaria ser complementada por uma nova termodinâmica de sistemas abertos. No entanto, na década de 1940, as técnicas matemáticas necessárias para tal expansão da termodinâmica não estavam disponíveis a Bertalanffy. A formulação da nova termodinâmica não estavam disponíveis a Bertalanffy . a formulação da nova termodinâmica de sistemas abertos teria de esperar até a década de 1970. Foi a grande realização de Ilya Prigogine, que utilizou a nova matemática da complexidade para reavaliar a segunda lei repensando radicalmente as concepções científicas tradicionais a respeito da ordem e desordem. Isso lhe permitiu resolver sem ambiguidades as duas concepções de evolução que no século XIX eram consideradas contraditórias.

 

Fritjof Capra em: A Visão Sistêmica da Vida, pág, 127


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