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ORDENS DA AJUDA

ORDENS DA AJUDA
Marineide Silva
jan. 4 - 5 min de leitura
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A ajuda na perspectiva das Constelações Familiares.

Bert Hellinger nos orienta sobre o risco da ajuda atrapalhar a si e ao outro, e de como agir para que ambos, ajudante e ajudado, saiam fortalecidos.

Em seu livro, O Amor do Espírito, Bert ensina que:

“Ajudar é uma arte. Como em qualquer outra arte, faz parte dela uma faculdade que pode ser aprendida e praticada. Também faz parte dela uma sensibilidade para compreender a pessoa que procura ajuda, isto é, a compreensão daquilo que lhe é adequado e, simultaneamente,daquilo que o expande para além de si mesmo, para algo mais abrangente”. (O Amor do Espírito, P.108)

Enquanto seres humanos, necessitamos nos ajudar mutuamente para evoluirmos. Não podemos viver isolados, pois definharíamos. Logo, a troca de ajuda deve ser recíproca, porém, equilibrada. Essa necessidade de equilíbrio é um desejo natural na alma. Bert orienta que: “Para esta ajuda ter sucesso, a longo prazo precisamos ter recebido e tomado primeiro.

Pois somente assim teremos a necessidade e a força de ajudar outros, principalmente quando essa ajuda exige muito de nós. Ao mesmo tempo, pressupõe que aqueles que queremos ajudar também necessitam e desejam aquilo que podemos e queremos dar a eles. Caso contrário, a nossa ajuda se perde no vazio. Separa, ao invés de unir”.

As Ordens da Ajuda.

A primeira ordem consiste em dar o que temos e tomar o que precisamos, quer dizer que devemos oferecer somente aquilo de que dispomos, e receber, aceitar apenas o que temos necessidade. Pois o contrário disso causa desordem.

A desordem pode ocorrer ainda quando uma pessoa espera ou exige da outra algo que ela não pode dar, por não ter.

Ocorre muitas vezes de uma pessoa não dar algo, para não tirar da outra a responsabilidade sobre aquilo que somente ela pode ou deve fazer. É preciso respeitar os limites no dar e receber presentes, no ato de ajudar para que ao invés de fortalecer, não enfraqueça o ajudado. Nisso consiste em respeitar o destino do outro, por mais difícil que seja, sem querer mudá-lo.

A segunda ordem da ajuda é nos submetermos às circunstâncias, e somente interferir e ajudar a medida que estas permitirem. A ajuda humilde, discreta tem força. Agir em desrespeito as circunstâncias causa enfraquecimento no ajudante e também no ajudado. A imposição causa desordem. A relação de ajuda entre pais e filhos é o arquétipo das ordens da ajuda. Os pais dão e os filhos recebem. Enquanto pequenos está em ordem, ao atingirem mais idade os pais dão limites, preparando-os para a vida adulta.

A terceira ordem da ajuda é o ajudante se colocar como adulto no ato de ajudar em relação ao adulto que busca ajuda. Pois a desordem acontece quando o ajudante se submete as reivindicações infantilizadas do ajudado, como se as fizessem a seus pais, e ainda quando o ajudante trata o cliente/ajudado como se fosse criança para poupá-lo de algo que ele deve assumir.

A quarta ordem da ajuda consiste na empatia do ajudante em focar o sistema mais do que exclusivamente no cliente. O ajudante deve manter a neutralidade para conseguir ajudar. A desordem aqui seria o ajudante tentar sobrepor-se aos membros do sistema, que estão antes dele e têm a chave para a solução. Inclusive aqueles que foram excluídos.

A quinta ordem da ajuda é o amor, o aceitar e acolher o outro como ele é. Sem julgar. A desordem estaria justamente no julgamento. Se tomar partido, não poderá mais ajudar, perderá forças, comprometendo o êxito da ajuda.

A sexta ordem da ajuda é o reconhecimento. Através do reconhecimento o cliente/ajudado também ganha força para aceitar seu passado como foi. O desejo de mudar o que é ou o que foi, causa desordem.

Para evitar tais desordens, Bert descreveu algumas formas de conhecimento, para recorrermos no ato de ajudar:

  • Observação precisa e direcionada aos detalhes;
  • Percepção precisa da distância. Ela percebe simultaneamente várias coisas, ganha impressão do todo. Sendo imprecisa nos detalhes;
  • A compreensão baseia-se na observação e na percepção. As três juntas compõem um todo, permitindo agir de um modo significativo;
  • A intuição é a compreensão súbita da próxima ação a ser realizada. É exata;
  • A sintonia é a percepção que vem de dentro, em um sentido amplo. Exige que entre na mesma vibração do outro, em sintonia com ele e com sua origem, sistema, destino.

Bert fala de uma força que se nos entregarmos à ela, nos conduz de maneira boa. Ele a chama de Grande Alma. Ele afirma que ao compreendermos como ela nos conduz, podemos confiar nela. Por isso recomenda ao ajudante o exercício de recolher-se para um centro vazio. Sem nenhuma intenção, sem medo, sem pensamentos, lembranças.

Estar inteiramente centrado. Assim, atuará sem agir, através de sua presença, sem fazer nada.


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