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Transtorno de Ansiedade - A porta de entrada do Medo

Transtorno de Ansiedade - A porta de entrada do Medo
Simone Belkis
ago. 20 - 5 min de leitura
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Vivemos em tempos ansiosos. Ansiamos por amor, por alegria, pelo desejo realizado. Ansiamos por preocupação, por dúvida, por insegurança. Adaptamo-nos, com algum incômodo, a algumas dificuldades, uma entrevista, um encontro romântico, uma crise financeira. E assim vamos levando nossa ansiedade.

Mas, e quando ela nos leva a paz, o equilíbrio, o discernimento? Nesse caso, temos o transtorno de ansiedade. E o que seria isso? Um medo inexato, incerto, inespecífico.

É natural sentir medo, podemos ficar um pouco receosos diante de alguns perigos naturais (ou nem tanto). Mas, e quando sentimos uma fobia ou um pânico inexplicável?

O transtorno de ansiedade pode ser considerado a porta de entradas das chamadas doenças psicopatológicas, de grande ou pequeno porte. E como isso se dá? Vivendo um conflito afetivo, quando somos levados a ter fortes sentimentos contrapostos. Por exemplo, o ódio aos pais. Existe um crime moral maior que odiar os próprios pais, aqueles a quem devemos amar religiosamente? Haja conflito.

Mas, isso acontece. E por quê? Porque criamos uma imagem perfeita de seres (naturalmente) imperfeitos que só não correspondem às nossas expectativas, como também podem ser capazes de frustrá-las de formas comuns ou até aviltantes. Somos todos seres humanos e todos erram. E os conflitos ocorrem em qualquer idade e em qualquer contexto, como em questões profissionais, educacionais, de relações amorosas e por aí vai.

Dizem que o oposto do amor é o ódio, mas o medo é a base de toda a negatividade humana, inclusive do ódio. E toda negatividade pode gerar conflito.

Mas, como um conflito pode ser capaz de criar uma doença? Simples, quando vivemos um conflito afetivo que nos causa grande dor e não temos a oportunidade ou a habilidade de efetivamente elaborá-lo, nosso cérebro absorve a energia criada, manipulando-a quimicamente e devolvendo ao organismo essa mesma energia na forma de um sintoma físico, emocional ou de padrão de pensamento. Sintomas com alta de pressão, dores de cabeça, dores no peito podem se tornar hipertensão, cefaleia ou infarto. Uma fobia "despropositada" (tipo medo de barata), ou um ataque inesperado de pânico no meio de uma viagem podem acontecer uma única vez ou podem se tornar permanentes. Ou ainda, pensamentos recorrentes e despersonalização podem se tornar psicose.

Os diagnósticos psiquiátricos tornam-se confusos quando uma única pessoa é capaz de apresentar variados sintomas, um seguido do outro, que veem e vão ou ficam "para todo o sempre". Ou seja, o conflito ou o peso que ele acarreta podem causar pequenos efeitos temporários e esporádicos ou tornarem-se algo mais grave e que pode tirar muito da vida de uma pessoa. Vale lembrar que os estados depressivos, muito comuns hoje em dia, também fazem parte desse quadro doentio.

Mas, se nem tudo são flores, nem tudo é espinho. Um tratamento adequado com os recursos corretos pode amenizar ou mesmo curar um transtorno como esse. E o que quero dizer com tratamento adequado? É preciso primeiro tomar consciência da necessidade de buscar ajuda, confiar nos profissionais escolhidos e associar algumas técnicas. A medicação, em alguns casos, pode ser necessária, quando a gravidade ou a extensão do problema podem interferir, impedindo o efeito de outros tratamentos, mas nunca deverá ser a base única e definitiva. Algumas técnicas psicológicas serão mais eficientes do que outras, nas basta simplesmente fazer terapia.

E existe também a possibilidade da interferência de "energias alheias" (não se assuste), afinal a física quântica já provou que semelhante atrai semelhante, e quem um dia já não se sentiu um pouco mal na companhia de pessoas "pessimistas"? Meditação, boa alimentação, sono reparador, música de qualidade, leituras fortalecedoras, exercícios físicos e alegrias também são recomendados.

A responsabilidade da busca pelo equilíbrio sempre será daquele que desenvolve os sintomas (salvo, obviamente, no caso de crianças, que são para-raios de situações de conflito), porém não é aconselhável que essa pessoa carregue sozinha esse fardo tão pesado. O apoio emocional, a amizade, a boa convivência e a participação familiar no processo são fatores, também, fundamentais para estabelecer uma nova relação afetiva e sem mais conflitos.

Ou seja, tem jeito. Mas, para isso é preciso amor e consciência. Ainda existem muitas pessoas que lidam com seus medos "estranhos" como se fossem apêndices que são obrigadas a carregar e, muitas vezes, esconder. A falta de informação da própria pessoa, da comunidade e de profissionais sobre a saúde mental e emocional também é um fator que o torna essa situação muito mais difícil e atormentadora. Parecer ser um estranho ou esquisito pode levar ao isolamento e ao agravamento dos sintomas, que podem virar doenças graves e definitivas.

Portanto, preste atenção a si mesmo e às pessoas que ama, porque o medo nunca deixa de entrar por uma porta descuidadamente aberta.

  • Artigo baseado em palestra do Psiquiatra Dr. Sérgio Felipe de Oliveira.

 


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