Semana passada vive uma experiência muito significativa. Vou compartilhar com vocês!
Entrei em uma memória traumática e vi uma imagem. Um imenso mar à noite, absolutamente escuro e feito de tristeza, e eu boiava.
Descobri, afinal, que mais que o medo, era a tristeza que me fazia impotente.
Diante de tanta dor de uma criança traumatizada, o mar de tristeza mostrava a impotência diante das agressões, uma sensação de: "Não tem jeito, não há nada que possa mudar, e de não entender o porque de tanta dor".
Eu precisava suportar, eu queria pertencer. Então, estava lá, boiando no meio de um mar de tristeza, sem saber como sair, sem recursos e sem saber nadar. Mas, foi dito que para pertencer é preciso ser igual. E uma luz se acendeu, não dentro da imagem, mas dentro de mim. Eu senti algo mudar. Eu nunca quis ser igual, nunca me conformei, eu queria ser aceita e não apenas aprovada. Eu entendi, eu posso ser quem eu sou e pertencer a mim mesma agora.
Eu olhei a imagem de novo, vi outra vez o mar de tristeza, mas dessa vez eu não estava mais lá.