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UM POUCO DE CARINHO PARA QUEM SOFREU UMA GRANDE PERDA

UM POUCO DE CARINHO PARA QUEM SOFREU UMA GRANDE PERDA
Neiva Maria de Mattos
mar. 14 - 5 min de leitura
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A pequena Sofia tem cinco aninhos, é filha de uma professora muito querida que trabalhou em nossa escola o tempo suficiente para se tornar uma referência naquele saber, no conviver, no ser e no fazer, tudo nela era admiravelmente Bom.

Essa princesinha com toda a sua inocência, tendo que aprender, tão cedo, a conviver com a saudade, talvez me perguntasse, como me perguntam muitos dos meus alunos e clientes: Porque o câncer levou a mamãe, porque ela morreu?

Eu abraçaria esse anjinho, não seguraria uma lágrima e responderia com toda a sinceridade: não sei.

A Anália, tem mais anos que eu, ela é mãe da Aby Jaine e eu as conheci, de ouvir falar, por intermédio da minha amiga Sandra. E Anália também poderia me perguntar: por que a pandemia levou minha filha?

Mais uma vez, diante da minha limitação de pessoa humana e da fé que me sustenta, sentindo que só tenho o abraço para oferecer, responderia: Não sei.

Sinceramente, neste momento, não sei porque morrem.

Mas sei porque vivem.

A sua mamãe, minha linda Sofia, viveu para dar vida a você. Viveu para conhecer o seu papai e deixar você de presente para ele. Ela viveu para amamentar e acalantar você. A sua mamãe viveu para abraçar você aquele dia que você caiu da cama, lembra? Para beijar os seus “dodóis” e cura-los num passe de mágica. É as mamães fazem milagres. Ela viveu para pentear os seus lindos cachos, ela viveu o suficiente para vocês aproveitarem aquela viagem de férias na praia, eu vi as fotos, vocês curtiram muito. A sua mamãe viveu para festejar os seus aniversários, você teve cada festa linda. Eu me lembro daquela que você estava vestidinha de Minie. Você e ela estavam lindas. Foram cinco anos de muito amor, nos quais ela enxugou cada uma das suas lágrimas e festejou cada sorriso seu.

Mas e daqui para a frente?

A partir de agora ela vive em você. Ela está nos seus cachos, nos seus olhos e no seu olhar, na sua pele, na sua alma e no seu coração. E vai crescer e viver com você para sempre. E seu papai, sua vovó, tios, tias , primos e amigos vão poder ver a sua mamãe em você.

E a Aby Jaine nasceu de você Anália, para lhe dar 57 anos de convivência, de alegria e de amor.  Lembra tudo que vocês viveram juntas?

Fico pensando que quando uma filha se “forma”, com ou sem festa de formatura, aquele diploma é uma grande alegria para a mãe que viu sua pequena menina rabiscar as primeiras letras.

Mas quando essa filha gera um outro ser, lhe fazendo avó, esse é um presente que traz uma alegria que não tem nome. É a vida que você gerou, seguindo adiante.

É para isso que a gente vive, não importa por quanto tempo, mas é para deixar um legado.  E uma médica que cuidou de tantas criancinhas viveu para ajudar aqueles pequenos viverem.

É... porque elas morreram eu não sei lhes dizer agora. E mesmo que dissesse, que fizesse uma longa explanação sobre a morte, não seria suficiente para amenizar essa dor que só quem experimentou uma grande perca, sabe o que isso significa.

Mas... porque ela viveu... isso sim... daria uma lista enorme.  Alguns itens dessa lista, só você conhece. Pense nisso.

Ah!! Tem uma coisa que eu ainda posso lhe dizer:

A sua filha vive e vai continuar vivendo. Ela vive no seu neto e vai viver nos netos dele. Ela vive em cada paciente que foi por ela atendido e, em cada pessoa que ela amou.

Sabe Anália, eu sou religiosa consagrada, eu creio na Ressurreição e na Vida Eterna. E peço desculpas se você não crê.

Então eu me alegro ao pensar que chegará um dia, no tempo que Deus planejou para cada um de nós, em que iremos nos reencontrar; a Sofia e sua mamãe; você e a sua filha; eu e meus pais e meus irmãos e todos que amamos e que escaparam das nossas vistas e juntos viveremos felizes eternamente.

Eu creio e desejo que você creia.

Mais uma vez, pequena Sofia e grande Anália, tudo que tenho para lhes oferecer é o meu abraço, a mão amiga que estará sempre aqui, pronta para servir, cuidar, ajudar e principalmente,  unidas para rezar e pedir que Deus as abençoe, guarde-as e conduza-as pelos caminhos da Vida.

 


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