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UM RELATO DE MÚLTIPLAS CONSTELAÇÕES

UM RELATO DE MÚLTIPLAS CONSTELAÇÕES
Juliana Menuzzo Lauandos
abr. 26 - 4 min de leitura
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Quando a cliente M. (a inicial é para preservá-la) me contou sobre a sua história de vida, fiquei profundamente tocada pela força que ela teve diante de tanta dor e sofrimento.

Trouxe um trauma de infância de forma muito viva e presente. 

O tema era “medo de dirigir” e a intenção era adquirir coragem para enfrentá-lo. 

Durante a semana, fui me envolvendo bastante com o campo da cliente e aspectos da minha história transgeracional também foram evocados. 

Na noite de véspera da constelação, tive pesadelos fortes. Acordei impactada. Na aula Master, a mestra me lembrou de que se tratavam de conteúdos do meu inconsciente. 

Acredito que tais expressões da minha história transgeracional (que antes eu desconhecia) tenham relação com algumas questões da cliente. Afinal, todos os temas são humanos. 

Durante a constelação, duas das pessoas chamadas para serem representantes não responderam. Isso me chamou muito a atenção e logo pensei nos excluídos do sistema. Um deles era o “Eu Adulto”.    

Então, começamos daquela forma, apenas com o “Eu criança”. Essa representante começou a tremer muito, descrevendo sentir frio intenso e sensação de convulsão. O trauma infantil estava sendo revivido de forma catártica. Foi muito, muito forte… Ela falava muito, pranteava… Surgiram aspectos da vida pessoal da representante, que estavam em sintonia com a história da cliente.

Era o pranto clamando cura!

Tentei perceber alguma conexão no campo que pudesse ajudá-la, mas não encontrei. Coloquei uma música para ela voltar para o colo de mãe, mas não foi suficiente.

Então, pedi que ela se cobrisse com uma manta e tentasse me ouvir. Disse algumas frases de cura, enxergando a criança e validando todo, todo o sofrimento dela. Eu disse com todo o meu ser (emocional, espiritual, físico e celular), pois ela precisava de uma contenção, de um contorno forte e amoroso.

Aos pouquinhos, ela foi se acalmando e parando de tremer.

O calor foi chegando. 

Ufaaaa! Fiquei tão aliviada!

Acho que o trauma da criança ferida foi curado! 

Depois, o campo mostrou que o Pai representava os Antepassados, com intenso sofrimento, que precisava ser visto, incluído e honrado. Após essa renomeação, a Mãe se tranquilizou e ficou sem sintomas.

A solução estava chegando: vivaaaa! Perguntei se a Mãe poderia se chamar Liberdade e ela concordou.

O campo também mostrou que o Filho representava o que está vivo e não o que faleceu, mostrando que, provavelmente, a morte não excluiu o segundo filho do sistema familiar. Ele tinha um lugar no coração da mãe e no coração familiar. 

O Eu Adulto apareceu e fez falas lindas de cura. Afinal, quem dirige é o adulto e não a criança. 

Percebi que, no “pacote do medo de dirigir”, havia inúmeros outros medos, que foram se dissolvendo durante a constelação. 

A representante da Confiança foi ganhando força e, ao final, estava ainda mais radiante.

A Susy observou que a cliente estava com duas câmeras no zoom, sendo que, em uma delas, aparecia de perfil. Ou seja, era como se estivesse dirigindo. Foi INCRÍVEL essa percepção!

Susy fotografou e nomeou a imagem de “memória de futuro”. UAU!!!

Eu agradeço pela oportunidade de servir e de presenciar curas profundas acontecendo ao mesmo tempo, em múltiplos cenários. 

A imagem que me veio para vencer o medo de dirigir foi a cliente se imaginar dirigindo um ônibus, no qual os passageiros seriam os seus antepassados. Todos lhe trazendo a confiança necessária. 

Gratidão imensa!

 

Obs.: texto publicado com a autorização da cliente. 

 


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