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VIDAS QUE SE ENCONTRAM - M3

VIDAS QUE SE ENCONTRAM - M3
Mirtes Hemke
mar. 4 - 5 min de leitura
010

Sou filha de Hermes Furtado Filho e de Zenita Varela Furtado.

Minha mãe é filha de Presciliano da Costa Varela e de Mirtes Xavier de Oliveira Varela, e é a terceira filha de seis irmãos. Nasceu em Campo Belo do Sul, em uma fazenda.

Ela nos contava que fazia muitas cavalgadas, que visitava os vizinhos a cavalo.

Quase todos os finais de semana ia a alguma fazenda para dançar. Como minha avó era doente, seu pai, não podia levá-la nos bailes, pois tinha que cuidar da mãe. Só deixava ela e as irmãs irem se um tio, irmão do vô, as levasse. Ele sempre acompanhava as sobrinhas. Pelo que ela contava, era um tio muito amável. Todos gostavam dele.

Minha mãe contava que não tinha muito jeito para as lidas da fazenda. Preferia as tarefas do lar. Não sabia e nem gostava de tirar leite. Meu avô tinha muitos empregados que faziam todo serviço, mas ele queria que seus filhos soubessem fazer de tudo um pouco.

Meu pai é filho de Hermes de Athaide Furtado e de Maria Cristina de Araújo Furtado. Ele é o terceiro filho do casal, o caçula.

Quando era pequeno, gostava muito de nadar, brincar no rio e de jogar futebol.

Seu pai não era fazendeiro, mas tinha muitas terras na cidade. Meu pai era estudante, cursava o ginásio num colégio particular.

Meu avô materno, morava na fazenda, em Campo Belo do Sul, e era delegado na cidade. Como minha avó era muito doente, tinha casa também em Lages, onde ficavam um bom tempo enquanto ela se tratava.

Foi aqui em Lages que meus pais se conheceram. Minha mãe contava que gostava muito de dançar e era muito namoradeira, mas quando conheceu meu pai se apaixonou.

Acabaram fugindo e em seguida se casaram. Meu pai tinha 16 anos e minha mãe 19. Foram morar na fazenda dos pais da minha mãe.

Meu pai adorava a vida na fazenda, a lida com o gado. Sempre contava histórias de quando levavam o gado a Florianópolis. Levavam muito tempo para chegar até lá, iam a cavalo.

Meu avô materno era uma pessoa muito boa, emprestava dinheiro, presenteava e analisava todo mundo que pedisse. Acabou vendendo suas terras para pagar dívidas dos outros. O que restou, dividiu com os filhos e se instalou na cidade.

Com isso meus pais também se mudaram.

Meu pai abriu uma bodega, como se chamava antigamente, mercearia. Moraram em Campo Belo do Sul, por 10 anos. Tiveram 8 filhos. Se mudaram para Barra do Leão, distrito de Campos Novos, onde trabalhou como servente em uma escola do estado.

Nas horas de folga trabalhava numa serraria carregando caminhão de toras. Morou por muito tempo na casa anexa a escola que trabalhava, lá nasceram mais 2 filhos.

Mais tarde mudaram-se para outro bairro, próximo a estação de trem. Foi lá que eu nasci. Eu sou a décima primeira filha do casal, a caçula. Acho que nasci para melhorar a vida da família. Depois que eu nasci meus pais conseguiram comprar duas casas, uma de moradia e outra comercial. Daí para frente meus pais só prosperaram.

Compraram uma Kombi e uma linha de transportes. Meu pai continuou trabalhando na escola. Um dos meus irmãos cuidava da mercearia e o outro era motorista que transportava as pessoas para cidades vizinhas.

Quando eu tinha onze anos nos mudamos pra Lages. Meu pai se aposentou anos depois por problemas de coluna e coração. Continuou com a mercearia.

Meus pais gostavam muito de receber pessoas. Nossa casa era sempre cheia de visitas. Todo final de ano viajávamos em família, íamos a praia, num verdadeiro comboio. Era maravilhoso.

Meus pais tinham seus desentendimentos como qualquer casal. Minha mãe era muito ciumenta. Quando completaram 50 anos de casados, fizeram uma bela celebração, reuniram familiares e amigos. Viveram juntos por 65 anos.

Meu pai desencarnou com 82 anos, há 8 anos. Minha mãe desencarnou com 90 anos, há 3.

Sou muito parecida com eles. Adoro receber pessoas, viajar com amigos e familiares. Me vejo em meus pais. Tenho a bravura e a força do meu pai, e a simplicidade, amorosidade e humildade da minha mãe.

Gratidão meus queridos pais.

Eu amo vocês para sempre!


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