Essa culpa que você e muitos vivem, de não estar produzindo financeiramente, de estar vivendo... vivendo de forma intensa, estudando muito, se dedicando muito, mas de não estar produzindo, é uma culpa muito vinculada ao nosso amor interrompido com o pai.
É como se uma parte nossa esquecesse de que o amor é de graça. É como se nós tivéssemos, por meio do sofrimento, dos traumas, esquecido desse amor de graça do pai.
Então, vem todo o corpo de dor, que o pai vai me amar, desde que eu mereça; o pai vai me amar, desde que eu produza financeiramente. E este esquecer do amor de graça do pai é um primeiro estado de culpa e de sofrimento, de trauma; esse é um segundo estado traumático, porque a vida não pode ser resumida em trabalho, a vida é a vida, a vida é de graça e o trabalho faz parte da vida, não a vida faz parte do trabalho e hoje, a vida está te convidando: o trabalho vai fazer parte da minha vida, porque hoje é a vida que é o principal: a vida do seu neto que está com câncer, a vida da minha filha - mãe dele e do mano, a vida enquanto organismo em recuperação hoje, é a vida... O trabalho tem que estar a serviço da vida.
É o trabalho do alimento ali preparado na hora, é o trabalho de passar a sonda, o trabalho do cateter, de ir ao médico; o trabalho de lavar a roupa em função da vida. Não mais a vida se encaixando no trabalho, mas o trabalho a serviço da vida e aí, deste modo, você e todos nós seres humanos, vamos recuperando essa consciência da fé, da entrega, do pertencimento, de que existe um agir de Deus em tudo e de que nós somos amados, não porque a gente é isso ou aquilo, brilhante, inteligente, europeu, africano, indiano, budista ou cristão - nós somos amados porque nós somos a imagem e semelhança de Deus e o amor é de graça...
O sol nasce para todos e acabou, acabou o sofrimento, acabou a luta, acabou essa confusão de mundo mercadológico, acabou, acabou, acabou... porque a gente volta para a graça, volta a se religar com o amor do pai, com o amor da mãe.
É fundamental se ligar com o amor do pai, porque senão fica nessa sensação de escravidão!
Escravidão... De que o trabalho tem que ter remuneração.
Outra grande escravidão, imensa escravidão, é o ter que estar sempre em movimento, trabalhando, trabalhando, trabalhando, mesmo que não esteja ganhando nada, nem alegria, nem significado.
Outra escravidão, mais terrível, abstrata e perigosa, é: eu tenho que produzir, eu tenho que ter resultado.
Escravidão!
Lembrar de que o amor de graça é o que cura. Lembrar experienciando.
É lindo, maravilhoso!
É uma atitude amadurecida e adulta, sim, a gente saber de que precisa ter resultados e de que isso é bom. Mas, olha aquele homem ali veja, diz, apontando o quintal: cortando aquela grama, o resultado financeiro ele não vai ter, é nenhum! Não vai parar no Guinness, não vai a lugar nenhum, mas as suas vaquinhas estarão super bem alimentadas e ele está cumprindo a tarefa dele, isso é sucesso, é o trabalho a serviço da vida!
O dinheiro que a gente consegue produzir com o trabalho da gente não é métrica de sucesso.
Não, dinheiro não é métrica de sucesso.
O trabalho tem que estar a serviço da vida. Em função da vida.
Não mais a vida se encaixando no trabalho.
Viver é graça!
Viver é voltar para a Graça.
Trechos da terapia de Olinda Guedes, fazendo curas e recuperando o vínculo interrompido do amor de graça com o pai.
Manhã ensolarada de uma sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020, na Chácara do Sêo Cizinho, mais precisamente no ático da casa Real.
Gratidão, querida mestra! Gratidão querido papai, eu amo muito vocês!