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Viva a DiFeReNçA, mas com direitos IGUAIS

Viva a DiFeReNçA, mas com direitos IGUAIS
Simone Belkis
jun. 4 - 5 min de leitura
010

Muitos anos atrás, aqui na minha cidade (e se alguém ficar curioso, moro em Curitiba), eu vi um outdoor com essa frase: " Viva a diferença, mas com direitos iguais". Era o slogan de alguma campanha, mas não lembro de que. Eu guardei essa frase para todo o sempre. 

E não só porque é super inteligente, mas também, porque é sempre atual. Se pararmos para pensar, grande parte dos problemas do mundo acontece porque as diferenças são tratadas como algo negativo e os direitos de muitos são menores que seus deveres.

Nos últimos dias, protestos se espalharam pelos Estados Unidos por causa da morte de um cidadão. As circustâncias da morte eu não sei, porque não acompanho esse tipo de notícia (e posso ser criticada por isso), mas a razão dos protestos é clara: - Um cidadão negro foi assassinado por um policial branco. Tema recorrente, diga-se de passagem.

Esse é um tema de difícil trato, eu geralmente opto por não opinar em assuntos tidos como polêmicos (pois que me inflamo muito fácil), mas eu não posso me furtar a essa realidade, posto que sou negra e assumida, e venho (do meu jeito), expressar minha opinião.

E não vou falar ou debater a respeito desse episódio especificamente, uma vez que muitos já o estão fazendo. E não precisamos chover no molhado. Vou falar de um outro ponto de vista, também já muito batido, o do preconceito. Sujeito esse que se veste de muitas formas, racismo, homofobia, gordofobia, machismo, feminismo (por que não?), e outros ismos e ias que se aglomeram onde existem diferenças.

Eu parto do princípio que o preconceito, como a própria palavra diz, é um conceito pré-fabricado em bases nada reais. Devemos sempre lembrar que não existem duas coisas exatamente iguais na Natureza, no máximo parecidas. Coisas exatamente iguais são fabricadas e não criadas.

Então, o que eu realmente quero discutir é o mal entendimento que o ego humano faz daquilo que lhe é diverso. Já sabemos (e senão o sabemos, agora ficaremos sabendo) que o preconceito é baseado no medo, como tudo o mais que existe de negativo. O preconceito nada mais é que o medo do diferente. E por quê? Porque o diferente faz par com o desconhecido. Essa é a base, mas não termina aí. Pois que o medo é a ferramenta mais usada no Planeta para manipular, e isso é coisa do ego. E essa é a verdadeira raíz que faz o preconceito crescer, existem interesses por trás. 

E certo que a grande massa humana não se apercebe desse "pequeno" e "insignificante" detalhe, pois que muitos dos preconceitos são infiltrados em nossas mentes de diversas maneiras subliminares. Ainda é difícil ouvir alguém assumindo que é preconceituoso, embora essa seja uma característica do cérebro humano, que por "preguiça"(economia energética) faz associações bem precárias.

Mas, voltando ao tema, as diferenças são na realidade aquilo que colore a vida, as etnias, as culturas, as ideologias, as artes são diferenças que fazem o homem evoluir. Mas, então, podemos perguntar: - Por que as diferenças são tão mal vistas? Na minha opinião a razão é simples, porque incentivam o empoderamento (o mais novo termo queridinho da moda), aquele que pensa por si mesmo e reconhece seu próprio valor torna-se uma ameaça àqueles que dominam. Simples assim.

Infelizmente, falar é mais fácil que entender. E fazer a grande massa abrir os olhos aos domínios que a mantém em sua amada zona de conforto é uma tarefa para vários heróis mitológicos. Ou seja, é um ciclo vicioso: - Você me amedronta com suas ameaças empoderadas e eu recuo, ficando, comodamente, em minha de zona conforto. Troca justa, do ponto de vista daqueles que não querem se empoderar de verdade, já que ser si mesmo dá muito trabalho.

É fato, infelizmente, que a grande massa humana se tornou pequena e frágil diante do poder do medo, afinal instinto é coisa que ninguém domina. Mas, é preciso lutar. E vemos as pessoas saindo às ruas (em plena Pandemia) defendendo direitos, pondo a própria vida (algo individual e intransferível) em risco para defender seus irmãos (sejam eles da etnia que for).

Essa é uma bela atitude e, embora, não seja a melhor, é o que temos para hoje. Mas, isso faz a violência e os ânimos acirrados crescerem, dando mais força para o medo.

Parece que por enquanto (e tomara que esse enquanto seja o mais breve possível), teremos que lutar pegando em "armas" e gritando uns com os outros, pois que é esse o único jeito que sabemos lutar por nossos direitos, como faziam nossos ancestrais diante do seu mundo selvagem.E é uma pena, porque o mais justo ainda é viver a diferença e com direitos iguais garantidos.


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