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A ÁRVORE DOS SABERES

A ÁRVORE DOS SABERES
ELIANI A. AMARAL
dez. 5 - 6 min de leitura
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Sofia é uma menina loirinha muito esperta, tem olhos azuis e é muito curiosa; e tem como fiel escudeiro seu cachorrinho Xico que é da cor do piche - ela não sabe, mas o Xico carrega um grande segredo... -. Ela adora campos verdejantes e floridos e tem preferência pelo alecrim dourado.

Certo dia caminhando às margens de um riacho avista um pezinho de alecrim do campo. Então ela se agacha e colhe a florzinha e continua sua caminhada absorvida no cheirinho agradável que a flor vai exalando.

A menina estava tão concentrada em seus pensamentos que não percebe que está adentrando em um bosque e que é despertada pelo buzzz! bzzz! dzzzt! bzzzt! de uma abelhinha, e tamanho é seu espanto quando seus olhos se deparam com uma enorme árvore muito frondejante.

Com delicadas passadas vai em sua direção, mas ao se aproximar percebe que ela se encontra em uma clareira e está rodeada de flores silvestres. Sofia estava tão fascinada com aquela beleza que levou a sua mão para acariciar uma flor, mas logo retirou porque sentiu um picar em seu delicado dedinho. Então uma sonolência começa a tomar conta de seu ser e ela  vai em direção da misteriosa árvore. Ali encontra uma portinha aberta à sua espera e ao entrar  encontra uma escadinha que leva até o centro da mesma e lá cai em sono profundo.

Ao longe se ouvia uma melodia1 suave que a chama e figuras começam a cruzar em seu sonho umas conhecidas outras não; figuras de jovens se divertindo, crianças brincando, homens sisudos e mulheres trajando vestidos longos e chapéu; homens idosos de cabelos bem alvinhos e face enrugada pelo tempo e o sofrimento e senhorinhas de coquezinhos na cabeça com seus afazeres manuais.

Vê algumas pessoas no ardo trabalho que realizavam.

Apareciam também imagens de navios em alto mar, animaizinhos de estimação e outros usados no sustento da família e alguns usados para o trabalho. Ali ela também ouvia choros e risos, via tristeza e alegrias. Ouvia-se piuííí! piuííí! do trem na estação com pessoas descendo e outras estavam à espera para embarcar.

Ali ela aprendeu:

Que era um ser e tem uma alma e fazia parte de um clã  e que se interligavam entre si e se comunicavam através de memórias. Que a exclusão é dolorosa e injusta e que lealdades aprisionam e todos os seres estão a serviço de algo maior e não devem se colocar no papel de vítima.

E “Todos pertencem, os bons e os maus, todos.” 2

E aqueles que carregam por nós merecem nosso respeito.

Aprendeu também que todos devem ter um bom lugar em seu coração e que para se curar é preciso mudar; é preciso ter humildade, compaixão e um coração benigno e perseverar no bem para perpetuar como lembrança boa.

E “O desejo de retribuir o que recebeu é uma constante em nossa alma.”3

Que mesmo caindo uma folha da árvore no outono de dezembro - em uma noite escura-; outras virão na primavera de outubro.

Que os que vieram antes merecem nosso respeito e gratidão e que curando o sofrimento muitos serão curados.

Que o sentimento de amor cura; e todos buscam ser amados como são.

Que o corpo vai mandar mensagens quando algo tiver que ser curado; e que milagres acontecem.

Que estar reconciliados com os pais cria harmonia e ajudar é pensar na felicidade do outro. Ajudar o outro na medida do que se tem e receber somente aquilo que se precisa.

E a cura começa a acontecer quando sentimos que pertencemos ao nosso clã e também permitimos que os demais façam parte sem julgamentos. E que em nossas raízes encontramos a força.

Aqueles os que vieram antes são grandes e nós pequenos e, que “Os netos colherão os frutos das tuas árvores.”4

Que cuidar é uma virtude;  cuidar de todos os seres e da natureza; e que se a mente e a alma estiverem doentes consequentemente o corpo vai adoecer.

E que “Deus está sempre presente a seu espírito; mesmo em seus sonhos...”5

E nesse ínterim de tempo que permaneceu ali; a menina sabe que pertence aquele lugar e que está a serviço de algo maior do que ela imagina; e, que sempre poderá voltar ali e aprender mais e mais.

Percebeu que está mais confiante e mais sorridente, que certas feridas foram curadas, restando apenas às cicatrizes; e, assim, também, conseguiu arrancar sorrisos. E sempre que levar a vida com leveza vai fluir melhor.

Começa a sentir uma brisa suave e fresca; e vai despertando daquele sono restaurador. Ela sente uma leveza em sua alma e, também sabe, que está saindo dali uma pessoa transformada pelos saberes. Suas feições são mais serenas e que os ensinamentos serão para sempre.

Ah!, e o Xico?! O Xico agora se transformou em um lindo e majestoso cavalo verde com crinas longas e reluzentes e com franjas de pelos próximos as patas, pois seu segredo revelou a verdade ali oculta.

E sem pressa e de almas revigoradas vão saindo do bosque, acalentados por uma melodia6 e ao longe avistam uma casinha, e da chaminé saindo uma fumacinha indicando que o jantar já estava sendo preparado.

 

1.The Frozen Call – Ancient Nordic Chant – You Tube

2.Além do Aparente: Um livro sobre Constelações Familiares -  Olinda Guedes

3.A verdade sobre o sofrimento humano – Olinda Guedes

4.Virgilio poeta romano clássico -70- -19 a.C.

5.Cuidar do Ser: Fílon e os Terapeutas de Alexandria – Jean-Yves Leloup

6.Freedom – Sergey Grischuk – You Tube

 

#RCCFR

 

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