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A BELA E A FERA

A BELA E A FERA
Eleida Da Silva Arce Adamiski
mar. 10 - 7 min de leitura
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No módulo 6, Olinda nos fala de contos de fadas, super-heróis. Eu viajei lembrando e me identificando com vários. Uma das histórias que mais gosto é "A Bela e a Fera". Sempre me identifiquei muito com a Bela, por gostar de ler e por não aceitar que eu tivesse que ser aquilo que queriam que eu fosse.

A história começa assim: Existia um comerciante e ele tinha uma filha muito linda! E justamente por isso seu nome era Bela!
Bela era uma boa filha: muito carinhosa, atenciosa, querida e sempre ajudando seu velho pai a cuidar da casa. Afinal, eram só eles dois. Eles se davam muito bem e se amavam muito. Bela cuidava de seu pai, pois já era um senhor de idade e mesmo assim ainda trabalhava para manter a casa e a filha.

Assídua leitora, Bela era a única que gostava de livros na região onde morava, não se sente à vontade com as pessoas de seu vilarejo, e sim com os livros. Porém, pelas outras pessoas daquele lugar, é vista “muito estranha”, sendo constantemente repreendida, e até ameaçada de punição, por ensinar garotas a lerem. Inteligente, é inventora juntamente com seu pai de projetos científicos e tecnológicos, e deseja uma vida muito maior do que a de uma simples dona de casa.

Deste conto existem várias versões, mas nenhuma delas traz o que aconteceu com a mãe de Bela. Há também uma violação de ordem, pois no início a história deixa claro que Bela cuidava do pai. Porém Bela é uma revolucionária, pois queria uma vida bem diferente daquela que vivia.

Um dia o pai de Bela vem caminhando de volta para casa quando se depara com um lindo jardim de um Castelo e decide pegar uma rosa para levar para sua filha. No momento exato em que ele pega a Rosa, um homem muito feio aparece e o acusa de roubo e diz para o comerciante que ele ficará preso para pagar pelo que fez. O comerciante desesperado pede perdão, mas nada adiantou. Então, pediu que ele pudesse ir se despedir de sua filha que ele tanto amava. O homem feio então permitiu que o velho fosse se despedir.

Bela fica horrorizada com a notícia e insistiu em ir com o pai tentar conversar com o tal homem. O pai diz que não iria adiantar de nada, que era melhor deixar pra lá, mas e o pai acaba cedendo. Bela e seu pai foram muito tristes caminhando até o Castelo. Quando chegaram lá, Bela suplicou para o homem feio que deixasse seu pai ir embora pois ele estava velho demais e não aguentaria. O homem então permitiu que eles trocassem: o pai voltasse pra casa e Bela ficasse presa no Castelo.

Aqui percebe-se que Bela assume o corpo de dor de seu pai e se penitencia por seus erros, mais tudo isso em nome de um amor gigantesco que lhe exige lealdade e a deixa em um grande emaranhamento. Porém Bela não depende de nenhum homem (e jamais se mostra preocupada com isso), em ato de extrema bravura, encara a Fera e aceita tornar-se sua prisioneira perpétua, libertando seu pai.

Bela demorou para se acostumar com a casa e aquele homem feio, mas fez amizades com objetos animados que habitavam o castelo e cuidava de tudo. Com o passar do tempo, a intimidade foi crescendo e o homem disse que o chamavam de Fera. Então Bela o chamava de Fera sempre. Começaram a conversar no jardim, ler juntos, almoçar e jantar juntos até um dia em que os dois se veem fascinados um pelo outro e dançam no salão do Castelo. Fera gostava tanto de Bela que permitiu que ela fosse visitar seu pai depois de tanto tempo. Então Bela foi ver seu pai. Ao voltar se deparou com uma cena inesperada.

Por mais que houvesse um amor entre os dois, havia entre eles um sentimento de solidão, pois Fera não saia do castelo nunca e havia aprisionado Bela em seu mundo, desconsiderando a vida que ela tinha antes de o conhecer. Eis aqui uma relação abusiva, porém, Bela rompe com os paradigmas de submissão da mulher e seu suposto desinteresse pelo conhecimento e pela cultura, mostra-se uma mulher feminina e doce. Identificamos na história, mensagens de amizade, na relação dos funcionários do castelo com Bela e Fera, e de amor verdadeiro, Ainda, depois de conhecer melhor o “ser repugnante”, e travar com ele um debate de Literatura, Bela, ao contrário de outras princesas, desconsidera o exterior e começa a sentir algum afeto pelo conteúdo daquele que lhe é apresentado.

Quando estava no vilarejo, Bela por meio de um espelho mágico, viu Fera muito doente e quase morrendo. Bela correu de volta ao Castelo e então perguntou o que tinha acontecido, mas Fera estava tão abatido que não conseguia responder Bela. Bela desesperada diz em e bom som que Fera não poderia lhe deixar pois ela o amava muito e em seguida beijou seu rosto.

Aqui Bela mostra a Fera que o que vale é como a pessoa é por dentro. Pois ela não ligou para os aspectos físicos da Fera e se encantou pela forma como ele a tratava. Mesmo a deixando presa e longe de seu mundo, Bela foi fazendo com que Fera mudasse seu comportamento e mesmo com medo a deixou fazer o que queria. E como disse um dia Bob Marley: “Amo a liberdade, por isso as coisas que amo deixo-as livres. Se voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as tive. ”

No mesmo momento, Fera começou a se transformar, a ter outra feição. Fera se transformará em um lindo príncipe e explica para Bela que uma bruxa o tinha enfeitiçado a muito tempo, e que o feitiço só seria desfeito se alguém que o amasse de verdade, o beijasse.

Depois disso, Bela e Fera se casaram e viveram felizes para sempre no Castelo.

O conto revela uma mulher forte e determinada, por ser muito inteligente, nunca perdeu sua feminilidade e sua doçura. Percebe-se também que por vezes, Bela age com Fera com um amor maternal, isso a faz sentir-se responsável por ele, e por seu bem-estar, assim como acontece também com seu pai. O que podemos pensar em uma violação de ordem.

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