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A CRIANÇA FERIDA NO RELACIONAMENTO

A CRIANÇA FERIDA NO RELACIONAMENTO
Amanda Russo
out. 19 - 3 min de leitura
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Para o amor dar certo, é preciso antes curar nossa criança ferida e o vínculo de amor interrompido, que muitas vezes é carregado por ela e projetado inconscientemente em quem escolhemos para dividirmos a vida quando nos tornamos adultos.

Meus pais tiveram muitas feridas não vistas, não curadas. Meu pai viveu um passado de muita pobreza e também se sentiu muito desprotegido na infância, dentro de uma casa onde haviam muita tensão e brigas, e na vida adulta teve muitos desafios para olhar e acolher sua vulnerabilidade, reproduzindo muito desse mesmo comportamento em seu círculo íntimo e também na relação dele consigo mesmo.


Minha mãe teve muitos medos e arrependimentos. Desde nova se sentia desorientada e ainda hoje sente que não viveu a vida como gostaria. Teve perdas muito grandes, com o falecimento de uma amiga muito querida, de seu primeiro noivo e também de minha irmã não nascida, e isso gerou nela um vazio muito grande que continuou a acompanhando desde então.

São feridas que sempre foram muito evidentes em nosso convívio familiar, que era sempre tomado de muitos conflitos. Hoje com a visão terapêutica e sistêmica, percebo o quanto meus pais na busca por um equilíbrio interior, fazia com que as dores dessas crianças dentro de cada um pedissem pra serem ouvidas e vistas.

Em cada briga, essas crianças internas falavam, pranteavam, buscando o acolhimento que não tiveram. Comecei a enxergar além do aparente, pedidos de ajuda, de reconhecimento, de pertencimento, e também entendendo o meu lugar dentro de tudo isso, pois antes eu tentava mediar as situações, tentando resolver, acalmar, cessar as brigas e até suprir de certa maneira as necessidades dessas crianças.

Porém ganhando consciência sobre tudo isso, percebi o quanto isso me pesava e por lealdade, eu assumia um lugar que não era meu.

Me dou conta do quanto é importante compreendermos esses processos em nosso sistema, pois na medida que ganhamos consciência dessas dinâmicas e integramos as leis sistêmicas, esses emaranhamentos vão sendo desfeitos e conseguimos sentir de fato o fluxo se abrindo em nossa vida, e percebendo o quanto somos a ponta de uma linha que vem lá de trás.

Mas, que o que reverbera na ponta que está em nós, cabe ao nosso coração permitir que seja a mais pura vibração de vida, de olhar pra tudo o que veio antes com compaixão e amor, e nos nutrir para que tomemos essa força para seguir em diante, nos tornando adultos completos, criando relações funcionais e prósperas, em mais um capítulo dessa história sistêmica escrita por tantas mãos, mas que ainda não chegou ao fim, e que pode ser sim muito bonito.

Cabe a nós permitirmos que assim o seja.

Eu acolho minha criança.
Eu reconheço suas necessidades.

Eu me preencho do que ela precisa.
Eu tomo a força de minha ancestralidade.

Eu permito que a vida flua através de mim.
Eu permito.

 

 

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