Em tempos de pandemia, resolvi fazer uma atividade diferenciada na disciplina de história com meus alunos do 3º ano do Ensino Fundamental. Como as aulas estão sendo realizadas de forma remota, os pais já estão auxiliando seus filhos, entretanto eu queria provocar um envolvimento maior dos pais nas atividades escolares. Algo que os fizessem voltar no tempo para resgatar a memória de seus antepassados. Algo que tocasse seus corações.
Conforme a Mestra Olinda ressalta em seu livro “O que traz quem levamos para a Escola”, através dos filhos, a escola pode auxiliar os pais, tornando o ambiente escolar em um ambiente de paz e favorável ao processo de ensino e de aprendizagem. Ainda, Olinda nos fala que a escola pode ajudar os pais a se reconciliarem com os próprios tempos de vida escolar, como também, para com os próprios pais, que, naquele tempo, não olhavam com valor para o aprendizado e para a escolarização.
Pensando desta forma, planejei aulas sobre o tema imigração no Paraná de maneira que os alunos não precisassem ler e copiar textos enormes, nem mesmo responder a questionários a respeito de histórias de pessoas desconhecidas para eles.
De maneira a envolver as famílias, em cada aula, o aluno deveria, como tarefa de casa, realizar uma pesquisa com seus familiares e responder em forma de áudios através do aplicativo whatsapp. As questões foram elaboradas cuidadosamente, de modo a aguçar o interesse tanto do aluno, como da família a buscar as respostas com muito amor pela história de seus antepassados.
Recebi algumas respostas muito interessantes, as quais me mostraram que eu havia atingido meu objetivo, levá-los a conhecer, refletir, reconhecer e agradecer.
Me chamou muito a atenção a resposta de uma mãe: “Eu e minha filha ficamos muito emocionadas no momento de fecharmos os olhos e agradecermos aos nossos ancestrais por estarmos aqui hoje, reconhecermos o caminho que enfrentaram para chegar ao Brasil, os sentimentos que carregaram durante a viagem de navio, medo, angústia, saudade, esperança e, principalmente coragem, muita coragem para recomeçarem suas vidas numa terra desconhecida.”
Como a Mestra Olinda fala:
“Quando toca o coração, constela!”
“Quando os pais se sentem incluídos pela escola, eles naturalmente se reconciliam com os próprios pais.”