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A FELICIDADE E O BAILADO

A FELICIDADE E O BAILADO
Marcia Cordeiro da Silva Martins
mai. 20 - 2 min de leitura
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Deus mio!

Mas que arrepio percorre toda a espinha e chega a embrulhar o estômago. Mas sim, deve ser o fubá com água. Má que aquilo não era polenta! Porque a polenta exige muito tempo de fervura.

É um misto de alegria e tristeza, alegria por buscar uma vida nova em um outro país e tristeza por deixar a pátria mãe. Má que deixa de lado essa tristeza e vamos embarcar nesse navio e cuidar dos tesouros que ainda temos as crianças e alguns pertences e sem muita escolha se acomodar como dá.

O porto se distancia e lá fica um pedaço do meu coração.

Os dias vão passando e não me resta muito a fazer; pequenos cuidados com a higiene do corpo e cuidar das crianças, aceitar o pouco alimento que é distribuído e ficar  com o gosto de quero mais uma porção ou então deixar para aquele que está mais fraco.

Mà temo que pensar no dia de amanhã.  Não se sabe dizer o tempo assim que as pessoas adoeciam elas deixavam o navio para ir se tratar em outro que vinha mais atrás, era isso que diziam.

À medida que o tempo passava, fomos entendendo que eles eram levados para morrer longe dos seus. Então, não restava muito a não ser contemplar a imensidão do mar durante o dia e a noite as estrelas, isso quando o mar não chorava pelos corpos ali deixado muitos ainda com um pinguinho de vida.

Má que lindo ver as estrelas , muitas e muitas delas e sentia toda nossa dor ser acolhida por Deus mio. E pensava no lugar imaginado comendo muita polenta com queijo.

Mas, os dias foram passando e devido a falta de higiene, alimentação e falta de sol, os comandantes já não tinham mais recursos materiais e condições psicológicas para levar os doentes para longe.

Então, sempre ao entardecer,  se via os corpos sendo jogados ao mar.

Sem um ritual de despedida.

Com toda aquela dor só nos restava um pensamento, chegar vivo ou acabar como aqueles corpos no mar.

Ah! má comigo não foi diferente , porque assim tinha que ser.

Assim é a vida, alguns ficam pelo caminho para dar suporte para os mais jovens seguirem adiante.

Não quero piedade.

A vida segue num grande bailado, onde as cantigas de amor e de pesar serve como um mimo.

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