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A HISTÓRIA DOS MEUS PAIS

A HISTÓRIA DOS MEUS PAIS
Vanessa Benitez Berwanger
abr. 5 - 6 min de leitura
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Percebi que sempre ao pensar em iniciar a escrever sobre a história dos meus pais, acabo pensando primeiramente na história de minha mãe e sei que isso não é uma mera coincidência.

Como a mãe de muitos, a minha mãe se chama Maria, e ao pensar na vida dela como criança, sinto certo sofrimento e isso acaba me deixando bastante emocionada, comovida, em alguns momentos sinto a dor e sofrimento dela, apesar de tudo isso, sempre foi uma mãe amorosa, sempre se deixando de lado em provento dos filhos.

 Pensando bem, nunca perguntei a cidade natal de minha mãe, mas acredito que nasceu aqui na cidade onde ainda vivemos, Toledo-PR.

Muito pequena se mudou para a cidade de Tangará da Serra - MT, junto com a família, e não sei por quanto moraram por lá.

Só sei que o retorno para o Paraná aconteceu devido a uma tragédia, minha avó faleceu quando minha mãe tinha apenas 5 anos, ela era a segunda filha em um grupo de cinco irmãos, o irmão mais novo de apenas 6 meses, ficou com uma família de amigos dos meus avós, pois meu avô não tinha condições de criar o menino, e desde então nunca tivemos notícias dele.

Retornando ao Paraná a infância da minha mãe foi de muita necessidade, ficou aos cuidados de uma tia, que os deixava passar fome em alguns momentos.

Pelo que me recordo ela voltou a morar com o meu avô quando ele se casou novamente, a esposa dele era somente 10 anos mais velha que minha mãe na época, eles tiveram vários filhos, tantos que até nem sei quantos tios no total, e como na primeira infância, foi um período de bastante dificuldade, de falta de alimento e de recursos para cuidar de todos.

Aos 12 anos, minha mãe foi morar com sua madrinha, ela auxiliava nos afazeres domésticos, cuidava dos filhos dessa madrinha e também estudava.

Nunca falamos muito da infância dela, em como era o seu relacionamento com os pais, pois da mãe se recorda muito pouco e não temos nem uma foto dela para recordar de seu rosto.

Sobre o relacionamento com o pai, percebo que era um relacionamento um pouco distante, tendo em vista que ela morava com a tia e a madrinha, mas sempre percebi um enorme amor dela pelo pai.

Ela teve um primeiro relacionamento do qual fala pouco, e pelo que me recordo, o relacionamento seguinte é o relacionamento com meu pai.

Sobre a história do meu pai, sei um pouco mais, devido as conversar com a minha avó paterna, que sempre falava dele com um pouco de saudade.

Meu pai se chama Silvano e é o segundo filho de quatro irmãos, ele é nascido aqui em Toledo, pois meu avô paterno é pioneiro aqui da cidade.

Ele morava no sitio, e aos 6 anos se mudaram para a cidade para que ele e os irmãos pudessem ir à escola.

No caso do meu pai, ele tinha uma vida um pouco mais confortável, meu avô era funcionário público e minha avó sempre trabalhou para auxiliá-lo com as despesas de casa.

Percebo que o relacionamento dos meus avós era um relacionamento bastante difícil, meu avô era uma pessoa bem grosseira, ríspida e em diversos momentos passava dos limites com a família.

Meu pai começou a trabalhar aos 14 anos de idade em um escritório de contabilidade, profissão a qual seguiu durante muito tempo.

Não sei se meu pai teve outros relacionamentos anteriores, pois nunca falamos sobre isso.

A história dos meus pais se encontra quando os dois tinham por volta dos 20 anos de idade, e como disse a mestre Olinda, muitos filhos não são planejados e eu vejo que aproveitei essa oportunidade para vir ao mundo.

Os dois se casaram, quando eu ainda estava na barriga da minha mãe, e vim ao mundo em setembro 1989.

Quando penso na minha infância, principalmente na primeira infância (até quando eu tinha 5 anos de idade mais ou menos) sinto que tinha e sinto até hoje esse amor incondicional dos pais que ouço tanto a Olinda falar, esse amor de graça.

Depois disso, com meu pai se afastando, indo morar em outra cidade, vindo de vez em quando, percebo que esse amor incondicional por parte dele, foi acabando, se esvaindo e deixando um vazio dentro de mim.

Minha mãe também sentindo essa falta, mas nunca vi ela falando sobre isso para ele, ela foi minha mãe e meu pai durante muitos anos.

Então me dou conta que essa ausência paterna feriu durante muito tempo o meu ser, a minha autoestima, a minha necessidade de aprovação por parte dele.

Entrei em um relacionamento abusivo, pois vi a história do meu pai se repetindo novamente comigo.

Esse relacionamento durou em torno de 8 anos.

Me dou conta também da falta que minha mãe sente da mãe e do irmão, em como isso afeta ela até hoje, e consequentemente a minha vida foi afetada por isso durante esse relacionamento abusivo, o medo de ser deixada, o medo de ser abandonada. Minha mãe ainda vive em um relacionamento não funcional até hoje.

Esse texto é muito reflexivo, pois muitas  fichas caíram hoje ao escrevê-lo.

O que eu deixo de sentimento para hoje é que a minha criança interior ainda está em processo de cura, de aceitação, de ser amada incondicionalmente.

De que podemos mudar o nosso destino quando aprendemos a curar essa criança, de que todos merecemos ser felizes e prósperos e que eu posso fazer a minha criança interior feliz hoje.

Gratidão Olinda pelas aulas do módulo 3, me fizeram perceber muitas coisas dos relacionamentos da minha família.

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