Vou contar como me tornei uma Terapeuta Sistêmica.
Minha história começa com a profunda admiração que eu tinha (e ainda tenho) por meu amado avô Miguel. Ele fez da medicina um sacerdócio. Era cirurgião obstetra, clínico geral e médico de família. Veio da Argentina e, mesmo falando espanhol, passou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Quando concluiu o curso, não sabia o que fazer: se voltava para a Argentina ou permanecia no Brasil. Mas ainda não tinha onde fixar residência. Foi, então, que se deslocou para uma pequena cidadezinha no interior do RS e foi até o Café Central, onde estava o delegado da cidade. E meu avô disse que estava procurando um local para fixar residência e atuar como médico. O delegado, então, disse que havia um homem baleado no hospital e que, se ele conseguisse salvá-lo, o ajudaria a permanecer na cidade.
Meu avô não hesitou. Foi lá, operou e salvou o tal homem, que era considerado um caso impossível.
Logo, sua fama se espalhou pela cidade e inúmeras pessoas queriam ser salvas por ele. Era um médico sacerdote, com uma missão além da terrena. Para ele, o exercício da medicina era um sacerdócio, não tinha hora para terminar, acordava à noite se houvesse um chamado, não fazia distinção entre o rico e o pobre.
Quando faleceu, os moradores da cidade fizeram uma procissão em sua homenagem. Eram pessoas de todas as raças, credos e classe social. As pessoas estavam desoladas, perdiam a segurança de poderem ser curadas. Até uma semana antes de partir, ele operava em uma cadeira de rodas acoplada à mesa de cirurgia. Então, deixou muita saudade e reconhecimento por seus feitos.
Foi a minha inspiração. Aprendi com ele que temos uma missão, que temos que honrá-la, pois, dela depende nossa missão espiritual. Com a saudade, veio um chamado espiritual, queria saber onde estava meu avô, ele não poderia ter desaparecido, não poderia ter sido tudo em vão.
Eu sentia sua presença. Era como se estivesse sempre ao meu lado. Foi então que busquei ajuda com uma senhora maravilhosa, avó de uma grande amiga. Ela era médium de cura e me abriu aos conhecimentos do mundo espiritual. Ela era cristã e me orientou que eu fosse até a igreja, pedisse ao padre que repassasse sete missas semanais seguidas e que eu sentasse na igreja e falasse com meu avô, explicasse a ele que eu iria ficar bem, que ele poderia partir em paz e que eu era muito moça ainda (tinha 16 anos), para seguir seus passos. Nesse momento, eu senti que ele estava pronto para partir. E eu segui minha vida...
Fui fazer terapia, cursei a Universidade, casei, tornei -me empresária e, aos 29 anos, meu nome começou a constar como médica na lista telefônica da cidade. A todo instante, o telefone da minha empresa tocava para agendar um horário com a médica pediatra Dra. Soraya. Eu fiz contato com a empresa e disse que eu não era médica. Expliquei que meu nome, sobrenome e endereço constavam na lista telefônica como médica, mas não estava correta, e solicitei que retirassem meu nome de lá. Não sei se efetuaram a solicitação. Mas, nos dois anos subsequentes lá estava eu... Minha secretária não aguentava mais explicar que lá não era consultório médico. Então, começaram a colocar panfletos de cursos de florais por debaixo da porta... frequentemente. Foi aí que tive um sonho com um homem que parecia um papai Noel, tipo Abrão, Maomé, ou algo parecido, todo de branco. No sonho, ele disse que eu teria que fazer um curso de flores, e que deveria fazer uma escultura dele, pois, depois, eu iria entender... Na verdade, eu não entendi nada... Mas, em respeito ao mundo espiritual, e como temente a DEUS , eu pedi para uma artista fazer a escultura desse homem e expliquei que parecia papai Noel...
Passaram-se alguns meses e, de tantos panfletos que eu recebi quando passava na rua, comecei a perceber que isso não era usual. Não poderia ser coincidência, eu deveria aceitar como um chamado.
Liguei para os números dos diversos panfletos. O único curso disponível naquele semestre, pois os demais já estavam em andamento, era o de Raff'Flowers. Eu desconhecia completamente. O curso se iniciaria no mês seguinte. Me inscrevi, apesar dos protestos do meu esposo, pois era intensivo aos finais de semana.
Quando cheguei ao local no 10o andar de um hotel, quem era o Dr. Raff??? Exatamente o homem da escultura que eu havia encomendado. Levei um susto! Confesso que tive muito medo, pois, naquela altura, dos meus 29 aninhos, eu não me sentia preparada para servir ao próximo.
Fiz todo o curso de forma bem disciplinada e, apesar de estudae muito, não me sentia apta para exercer a profissão de Terapeuta Floral de Raff'Flowers. Eram mais de mil flores, todas as espécies nativas em seus países de origem. Ele era um alquimista, um estudioso um especialista em botânica, um pesquisador, um homem nascido em uma família de médicos que optou por seguir os passos do Dr. Edwards Bach.
Como era empresária, dedicava uma vez na semana para atender clientes e cobrava o valor da consulta em troca de alimentos para cinco instituições e vilas da cidade.
Desde então, despertei para minha missão aqui na terra, tendo visto muitas e muitas e muitas curas através dessas terapias. Conclui minha pós-graduação em Constelação Familiar Sistêmica e encontrei minha amada Mestre Olinda Guedes, a qual vem , diariamente, me agraciar com seus conhecimentos profundos, os quais absorvo com muita gratidão, mas sempre com o sabor de quem quer mais.