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A IMPORTÂNCIA DO EQUILÍBRIO

A IMPORTÂNCIA DO EQUILÍBRIO
Gloria Regina Gahyva de Aquino
mar. 15 - 9 min de leitura
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Sou a número 8 de uma linda e amada família, educados de forma rígida, com autoridade, respeito, afeto  e muito amor.

Crescemos em um lar equilibrado onde “Deus” sempre foi presença forte e marcante em nossa casa e vidas. Meus pais, pessoas de muita fé, eram caridosos, respeitosos, trabalhadores, bons filhos,  humildes e simples. Pessoas que amavam o próximo sem pedir nada em troca.

Em nossa família sempre houve hierarquia e ordem, sempre tratamos os mais velhos por Senhor e Senhora, com carinho, amor e respeito. Meu pai era o primeiro a se servir à mesa, todos se sentavam, orávamos agradecendo pelo alimento e o papai se servia primeiro. 

Com o passar dos anos, por conta de trabalho, escola e outras coisas mais, já não fazíamos as refeições da semana juntos. Assim é em minha casa, meus filhos nos tratam por senhor e senhora, com respeito, em nossa casa existe hierarquia, amor de graça, afeto, cuidamos uns dos outros, somos uma família de fé e buscamos sempre fazer o melhor para o próximo.

A família de meu esposo também foi educada com os mesmos valores e ele, por sua vez é um dos melhores filhos eu conheço em relação a cuidados com os pais, irmãos e conosco. Acho até que ele assumiu o lugar dos pais na hierarquia, por ter saído de casa muito cedo para ajudar financeiramente os pais e irmãos.

Eu tive a oportunidade de conhecer meus avós e todos os tios maternos , do lado de meu pai, não conheci meus avós pois, quando nasci eles não viviam mais aqui conosco, mas conheci a maioria de meus tios, pois alguns também já haviam partido. Conheço toda minha árvore genealógica dos dois lados, materno e paterno, pois tenho uma irmã especialista em genealogias e gosto do assunto. Tanto que quando ela estava construindo as árvores visitei muitos parentes com ela, tanto em Cuiabá quanto em Poconé.

Os princípios sistêmicos funcionam de forma bem presente e positiva  em minha vida,  eu os vejo e percebo que vieram de meus antepassados. O pertencimento sempre foi visto em minha família e também em minha casa, como uma forma de nos mantermos unidos, “um por todos e todos por um”, especialmente nos momentos mais difíceis. No dia a dia, cada qual vive sua vida, mas nas situações difíceis, sejam emocionais, financeiras ou de saúde, estamos todos juntos. Estamos sempre ajudando aos que necessitam, mesmo aqueles que não temos muita convivência, mas que fazem parte dos nossos antepassados ou não.

Neste sentido, vejo bem a compensação entre o dar e receber. Meus pais traziam pessoas doentes da zona rural de Poconé, que tinham vínculos com seus antepassados, para nossa casa e cuidavam deles oferecendo tratamento médico, alimentação e cuidados e, a enfermeira era minha mãe. Vinham pessoas com hanseníase, tuberculose e outras doenças mais, ficavam meses em nossa casa, para tratamento.

Meu pai era devoto de São Benedito, e fazia parte da Irmandade de São Benedito, em Poconé, cidade onde nasceu, (100Km de Cuiabá). A Irmandade é uma instituição filantrópica de ajuda aos pobres e necessitados.  Depois do falecimento de papai, passei a integrar a Irmandade com o objetivo de prosseguir com o legado que ele nos deixou. Depois que lá entrei,  já participei em diversas frentes: construímos uma creche que atende 140 crianças, damos suporte à Comunidade Luz do Mundo que é responsável pela evangelização, damos suporte a APAE da cidade, Fazenda Esperança, Casa da Sopa, etc.. Em Chapada dos Guimarães, (cidade vizinha à Cuiabá 64km), onde temos uma casa de fim de semana, participo da Comunidade São Francisco, colaborando sempre que necessário. Na família de meu esposo, também ajudamos quando necessário, e assim me sinto gratificada, continuando uma missão que meus pais sempre realizaram. Muito feliz e realizada por poder ajudar.

Durante 30 anos dirigi uma escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental em Cuiabá e sempre buscamos a formação da criança e do adolescente, considerando os aspectos sociais, emocionais e pedagógicos para que se tornassem SERES HUMANOS, pessoas que tivessem um olhar solidário ao próximo. Lá realizávamos uma gincana, tipo olimpíada que tinha as atividades, físicas e sociais – essas sociais eram de arrecadação de donativos, entre outros: alimentos não perecíveis, materiais de limpeza e higiene, roupas, calçados, brinquedos, cadeiras de rodas, móveis, etc...

A Gincana tinha como lema: “Doe um pouco e ajude muitos”. Todo o material arrecadado,  era distribuído para  instituições filantrópicas de Cuiabá, Várzea Grande e Poconé e chegamos a ajudar 75 instituições e arrecadar 40 toneladas de alimentos em 5 dias. Uma coisa linda, uma maravilha aos olhos do Pai. Incrível esse trabalho e muito reconhecido pelos pais dos alunos, que viam em seus filhos, crianças de bom coração, afetuosas e solidárias. Me emociono de lembrar desse trabalho, pois a entrega dos donativos era na quadra da escola e com a presença dos pais, dos alunos e representantes das instituições.

Há 5 anos sou aposentada, agradeço sempre por poder realizar esses trabalhos como forma de Gratidão à Deus por me permitir tanto! Às vezes, consigo  perceber, inclusive em minha família, que nem todos são iguais, por vezes não são generosos e dizem não. Chego a pensar, que aqueles que ajudam pouco, acabam tendo pouco.

Como falar de dores e sofrimentos em meu sistema? Sempre imagino que meu pai deve ter sofrido muito com a falta de sua mãe que faleceu e o deixou com 5 anos de idade. Ele nos contava de uma única “memória” que tinha de sua mãe.

Ainda, tenho um casal de filhos, o Gesner Luiz (nome em homenagem aos avôs) e a Anna Beatriz. Quando  o Gesner Luiz nasceu, já com baixo peso e baixa estatura, ficamos preocupados, mas no decorrer dos primeiros 15 dias estava tudo bem até que ele começou a ter crises de choro e dor. Descobrimos que era Glaucoma Congênito e  precisou fazer cirurgia... foi o meu maior sofrimento ver um filho de 30 dias, entrando em cirurgia e já tinha sofrido 15 dias até descobrir o que ele tinha. Operou, tudo bem, através de exames, descobrimos que eu havia tido rubéola durante a gestação, e sem diagnóstico.

Agradecemos à Deus por ele ter nascido perfeito. Quando ele tinha 11 meses veio o diagnóstico da Deficiência Auditiva, faz uso de prótese auditiva. E mais uma vez o desespero tomou conta de mim, mas com muita oração e apoio da família, seguimos em frente e ele foi vencendo suas batalhas. Ele é um filho abençoado, foi tocado pelo hoje Santo João Paulo II, quando ainda  era Papa e esteve em Cuiabá – na época ele tinha 6 anos, hoje está com 35.

Muita oração, muitos tratamentos e muita luta, hoje com 35 anos, é formado em direito, é especialista em Libras (linguagem de sinais) é Coaching e, foi ele que me estimulou a fazer esta formação. Ele é um exemplo de superação de desafios, dentro da nossa família e para todos que convivem com ele. Ainda lutamos com ele é em relação  às questões de ordem. Aí estão nossos conflitos e desentendimentos. Ele é um filho maravilhoso, de um coração muito bom, amoroso, sentimental, cristão e muito querido.  Sobre  dinheiro, não tenho nenhum problema em relação a ele, não gasto além do que posso e tenho uma reserva sempre. Mas o meu filho tem dificuldades para controlar suas finanças.  Na  minha família e na de meu esposo, temos irmãos com a mesma dificuldade.  A Anna Beatriz, que é 2 anos mais nova que ele,  foi fundamental no crescimento e desenvolvimento do irmão, sempre o ajudou, defendeu e protegeu, mesmo sendo mais nova. Ela é casada e tem uma filha, a Luiza e seu esposo Daniel. A Bia, como a chamamos sempre foi centrada, amorosa, cristã, respeita hierarquia, afetiva e uma pessoa do bem. Depois que se casou foi morar no interior de Minas, sinto muito sua falta.

Aquino com quem sou casada há 37 anos e eu, construímos a nossa história, honrando nossos pais e antepassados, e educamos nossos filhos na fé, no amor e na caridade.

Glória Gahyva

#sabersistemico

#MOD1   

#eutevejo

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