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A POESIA DA CONSTELAÇÃO

A POESIA DA CONSTELAÇÃO
Beatriz Bristotti Bovo
mai. 18 - 8 min de leitura
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Quando iniciei esse curso de constelação, ansiosa e perfeccionista que sou, errei muito por ter fome de conhecimento, por ter pressa e querer respostas, muitas delas de forma imediata, talvez até mecanicistas, demorei para saborear o todo que o curso tinha a me oferecer.

Queria uma reposta pronta, queria exatamente o mecânico, e não o vivenciar.

Sempre fui uma buscadora e queria entender a técnica, a teoria da leitura, sofri muito até entender que o constelar é o acolher, o conversar, o ouvir, chegar ao Essencial da questão.

Conduzir uma constelação é o trabalhar com o cliente, ter a escuta ativa, entender qual é a aflição de quem trouxe o tema, que muitas vezes o cliente quer constelar pois tem a dificuldade mais não sabe exatamente o que é.

Só com amor, muita sensibilidade e total estado de presença, poderemos ajudar aquele que sofre a encontrar o além do aparente, qual foi o gatilho que fez essa pessoa procurar uma sessão de Constelação Sistêmica Familiar,  pois o campo sempre informa o necessário.

Com o entendimento do que levou a pessoa a procurar a constelação ou qual o motivo que fez ela marcar essa sessão, o que ela estava pensando ou passando quando decidiu tomar a ação de agendar, ajudamos o cliente a dar o primeiro passo; feito isto, o ouvimos com atenção para perceber o que esta por trás do aparente, o que precisa ser realmente trabalhado.

A calma para ouvir o constelado, deixá-lo à vontade é fundamental para entendermos o inicio, sair do "racional" para assim posicionarmos o campo e seguir;  normalmente depois disso, a pessoa se reconhece no que vê e ela diz algo como: “é isso mesmo” informando o caminho, pois quem mostra para onde a constelação tem que seguir em si é o campo, e o constelador apenas atentamente conectado, lê os passos, os movimentos, intervêm e com embasamento técnico conduz a pessoa para olhar para o essencial, dar o primeiro passo. 

Parece simples e nos livros e vídeos de Bert e Olinda faz parecer isso, mas achava que eles tinham tanta sacada ao fazer os movimentos, que tudo se encaixava tão bem, que isso era o resultado do estudo de muita teoria, e é, mas também é a atenção e estado de presença em ler e entender o campo.

O livro que mais me ajudou a entender o contexto geral das constelações foi o livro as Ordens do Amor, as vezes não é nem possível entender o que Bert esta fazendo, ou qual caminho esta seguindo mais sua sensibilidade é enorme e tudo tem uma razão de ser; foi depois de ler pela segunda vez que comecei a decifrar que o essencial é simples tudo é como é; para passar o que quero dizer com isso, coloca abaixo algumas respostas do Bert retiradas deste livro que me ajudaram muito em alguns entendimentos:

ENTREVISTADOR : Muitas vezes surge nas pessoas que se defrontam com sua psicoterapia esta pergunta: ―De onde tira o Hellinger tudo isso? ou ainda Como chegou ele a ver as coisas dessa maneira?
HELLINGER: Aprendi com muita gente.
ENTREVISTADOR : Disso já falamos.
HELLINGER: A maior parte das coisas eu vejo no momento. Portanto, quando sou exigido e preciso colocar-me, abro-me completamente à situação e às pessoas que estão em questão, sobretudo aos excluídos. Quando os tenho todos presentes e me dirijo a eles com respeito e amor, de repente me vem a solução e eu a digo. Depois de algum tempo, reconheço determinados padrões.

ENTREVISTADOR Às vezes, você dá a impressão de não precisar de feedback quanto à eficácia de seu trabalho e também de não querer recebê-lo. Por quê?
 

HELLINGER : Eu preciso de feedback. O principal retorno me vem durante o próprio trabalho, quando vejo o impacto imediato sobre as emoções do cliente, e as mudanças que ocorrem. Entretanto, nunca me limito a trabalhar com um sintoma, de modo que precise investigar posteriormente se ele desapareceu ou não.

Meu objetivo não é eliminar um sintoma, mas fazer com que alguém volte a sentir-se em casa com sua família, de maneira a ficar em ligação com todas as boas forças que nela atuam. Isso dá a essa pessoa uma enorme energia e é sempre um êxito.

Em que medida isso age também sobre os sintomas, é uma outra questão.

Nesse particular, a competência cabe aos médicos e aos psiquiatras. Por essa razão, encaminho também ao médico ou ao psiquiatra clientes com sintomas graves, quando vejo que é o indicado no caso.

Interiorizando tudo isso entendi que precisava praticar, praticar iria me indicar o caminho, iria me fazer decifrar, me dar confiança. Antes na verdade inconscientemente; queria que pegassem na minha mão para ensinar o caminho, era minha criança que queria colo, que queria aprender o be-a-ba. 

Porém, nenhuma sessão de constelação será como a outra, se me pegassem pela mão, nunca estaria pronta o suficiente, ia sempre precisar da aprovação e supervisão, foi então que mergulhei ainda mais fundo no aprendizado das constelações e entendi que são contínuos e para sempre; quanto mais se pratica, mais se aprende e mais precisa aprender, e a pratica leva a ação e a melhora, e tudo fica mais fluido.

Encerro esse texto com a reflexão de um outro texto, também contido no livro as ordens da ajuda de Bert Hellinger:

Dois tipos de saber
Um erudito perguntou a um sábio como as coisas individuais se integram num todo, e qual é a diferença entre conhecer muitas coisas e conhecer a plenitude.
O sábio respondeu: “O que está muito disperso se converte num todo quando se dispõe em torno de um centro e, assim centrado, atua. Pois só através de um centro o múltiplo se toma essencial e real, e sua plenitude nos aparece então como simples e até modesta, como uma força tranquila que visa ao imediato e fica na base e próxima daquilo que ela sustenta.
Assim, para experimentar ou comunicar uma plenitude, não preciso conhecer, dizer, ter, fazer todas as coisas individualmente. Quem entra numa cidade atravessa um único portal. Quem bate um sino uma vez faz ressoar em uníssono muitos outros sons, e quem colhe a maçã madura não precisa investigar sua origem: ele a toma na mão e come." “Quem busca a verdade" — objetou o erudito —, “precisa também conhecer as particularidades." Mas o sábio contestou: “Só sobre as verdades velhas é que sabemos muitas coisas; a verdade que nos faz progredir é ousada e nova, pois oculta o seu fim, como a semente oculta a árvore. Assim, quem hesita em agir, querendo saber mais do que o próximo passo lhe permite, deixa escapar o que atua. Ele toma a moeda pela mercadoria e de uma árvore faz lenha.” O erudito achou que isso era apenas uma parte da resposta e pediu ao sábio que explicasse um pouco mais. Mas ele recusou com um gesto, pois a plenitude começa como um barril de mosto, doce e turvo, que precisa fermentar bastante até tornar-se límpido.
Quem tenta bebê-lo, em vez de prová-lo, facilmente cambaleia.

Como constelei ao encaixar tudo isso para minha jornada, e como precisei disto tudo para reconhecer tudo o que me faltava, tudo que precisava modificar em meu ser!

A VIDA é um eterno aprendizado, EVOLUI quem RECONHECE que precisa crescer. Evolui quem NUNCA ACHA que já aprendeu tudo! (Autor desconhecido)

Aos meus colegas de curso desejo uma linda e profunda jornada e  estarei por aqui disponível para trocar e aprender sempre com quem queira. 

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