Módulo 7 - Aula 3
Há 28 anos, eu, meu marido e meus dois filhos adotamos uma criança de dois anos. Meus filhos biológicos aprenderam desde cedo a partilhar e a não se referirem ao Leandro como irmão de criação.
Eles começaram a amá-lo desde quando chegou em nossa casa. E eu também. Nem sempre foi fácil, porque a rotina mudou: o que era dividido por dois passou a ser dividido por três.
Sofri muitas críticas por ter adotado meu filho, mesmo dentro da família sofria com alguns comentários. Certo dia, um parente me disse: vou fazer uma caridade, vou adotar uma criança. Eu respondi de imediato: "se quer fazer uma caridade, doe dinheiro para as organizações que cuidam de crianças carentes, mas não tire de uma criança o direito dela de ter alguém que possa chamar de pai ou mãe".
Um filho adotivo não é uma caridade.
Eu não sou boa, porque adotei uma criança. Deus é que foi bom para mim, que me deu a possibilidade de completar a minha família, dando-me um filho lindo que se transformou num pai de família maravilhoso.
O interessante é que, por ter uma filha e um filho biológico, eu posso dizer, com propriedade, que não há diferença nenhuma entre um filho biológico e um adotivo, nem no amor nem em nada. Eu digo a eles: todo filho é da barriga, antes de nascer, e do coração depois que nasce. Logo, os três são meus filhos e pronto.
Deparamos com muito preconceito, principalmente porque meu filho Leandro é negro. E o mais surpreendente é que nos deparamos com muitos preconceitos entre pessoas das quais nunca esperaríamos isso.
Foi amando meu filho incondicionalmente que conseguimos desarmar muitos preconceitos e fazer com que se sentisse amado e pertencente à nossa família.
Com amor,
Dalva ❤️