Busquei em minhas lembranças algum conto de fada que poderia ter marcado minha infância, para minha surpresa percebi que não teve, ou seja, não tive contato com nenhum conto de fadas, destes que conheço hoje.
“PRÍNCIPE QUE PERPASSA O VERDE, COR DE LÍRIOS PANDERÁ. TANTO QUE TE PROCUREI, NUNCA PUDE TE ENCONTRAR. AGORA QUE TE ENCONTREI, COMIGO NÃO PODES FALAR”.
Estas palavras fazem parte de uma história que minha mãe contava quando eu era criança. Não lembro exatamente de toda a história, porém estas palavras ficaram gravadas em mim, pois elas me remete a um passado de aconchego, descobertas e percepções.
Lembro que morávamos em uma pequena casa de madeira, construída por meu pai e minha mãe, o chão da cozinha era de terra batida alisada com barro branco, tudo muito limpo. Na cozinha tinha um fogão de barro que meu pai construiu. Foram muitos momentos em que nós nos reuníamos ao redor do fogão e minha mãe contava lindas histórias para nós.
Hoje nem me esforço a buscar se estas histórias existem na literatura brasileira, pois para mim elas eram e continuam sendo exclusividades de minha mãe.
Considerando o que aprendi no MOD06, e com a leitura do livro “Há! Que bom que eu sei!” que fala como as histórias literárias estão diretamente relacionadas ao contexto das relações familiares, hoje entendo a força das histórias dentro de um sistema familiar, onde muitas podem revelar os emaranhamentos de um sistema.
Agora eu sei que os momentos de contação de histórias que minha mãe possibilitou a mim e as minhas irmãs foram essenciais para o fortalecimento dos vínculos de amor e pertencimento em meu sistema familiar.