Ao ter acesso ao conhecimento que esse livro trouxe me deparei com uma realidade que nunca havia parado para refletir, eu não fui uma criança que amasse histórias infantis ou contos de fada, na verdade sempre achei as histórias muito dramáticas e no final o que eu queria de verdade era saber como as coisas continuavam depois da última página do livro.
Gostava mais de ouvir histórias reais, que minha avó contava sentada no quintal de casa, falava sobre as dificuldades de quando era criança na Itália, sobre como aquelas comidas foram inventadas por sua mãe na falta de melhores ingredientes, de como ela conheceu meu avô, como era quando ela tinha os filhos pequenos e precisava trabalhar, enfim o real sempre me chamou muito mais atenção.
Ficava pensando em como as coisas iriam acontecer na minha vida, se eu teria uma família, se teria um lar, com o que eu trabalharia.
Minha mente voava ao pensar sobre meu futuro.
Mas é claro que ouvia histórias e a parte que eu gostava era saber que os anões trabalhavam o dia todo para poder voltar para casa e descansar, que o caçador iria salvar a vovozinha e que o porquinho que trabalhou duro construindo uma casa de pedras iria salvar seus irmãos.
Então ao ler o livro percebo que meu sistema é de mulheres fortes, de mulheres que não aceitaram ser cuidadas ou manipuladas, que foram à luta e que mesmo diante de muitas adversidades, companheiros que bebiam, viuvez precoce elas não baixaram a cabeça, encararam seus medos de frente para criar seus filhos e dar a todos uma vida digna.
Venho de um sistema onde a mulher precisou arregaçar as mangas e trabalhar duro, e não foi diferente comigo, nunca me acovardei nem me escondi na minha condição feminina, ao contrário continuei a força e a luta de minhas antepassadas.
Que bom que eu sei, que bom que me entendo e me respeito e fazendo isso honro o nome das que vieram antes de mim para esse sistema.
Gratidão por mais essa descoberta!