São tantas ... um número grande de mulheres é o que eu sinto. Sabe aquela música? ‘de todas as cores, de tantos amores’... também é desta forma que sinto, um sentimento que também não sei explicar ao certo, mas o que é certo é que sinto.
A vocês, amadas mulheres, que ora foram vítimas e ora perpetradoras, eu quero entregar todo o meu amor e dizer que eu as vejo. Consigo agora, enxergar com um olhar amoroso e sincero, as suas dores, lutas, derrotas, vitórias, lágrimas e sorrisos .
Sei o quanto foi dolorido e sofrido, estar dos dois lados, mas agora quero lhes dizer que já passou, está tudo bem, tudo aconteceu da forma que tinha que acontecer, e não há mais sofrimento ou dor, e que eu escolho fazer diferente, e honro cada uma de vocês nesse movimento de que eu, agora, posso fazer diferente.
Eu deixo com vocês aquilo que pertence a vocês e carrego comigo apenas o que é meu, eu já tenho o suficiente para seguir o meu caminho, honrando cada uma de vocês e tudo pelo que passaram para que a vida chegasse até mim. Eu passei a vida adiante também. E assim o amor e a vida seguem porque cada uma de nós disse SIM. Gratidão mulheres.
A dor agora se transforma em esperança, as lágrimas por tantos anos choradas serviram também para regar o caminho, fazendo florescer em nossas vidas um grande jardim ‘de todas as cores’ ‘de tantos amores’... agora compreendo.
As derrotas nas grandes lutas travadas em tantas situações já vividas por nós mulheres, foram mais que necessárias para que as vitórias fossem alcançadas e o sorriso amoroso de ver um filho vir ao mundo pudesse se tornar realidade.
Não compreendo, na realidade o porquê escrevi as palavras do início desse parágrafo... mas talvez alguma dessas mulheres precisasse, hoje, derramar em lágrimas as letras que aqui escrevi, no silêncio do meu quarto, diante do meu computador, gozando de uma liberdade que provavelmente elas não tiveram.
Amadas mulheres, fortes, femininas ...
Aqui, a minha reverência, o meu amor.
Sou uma de vocês.
Fabiana Zappielo