A ancestralidade que me permeia.
Minha vó, carinhosamente chamada de Marica, foi "costureira de dores".
Nunca aprendeu a ler.
Nunca leu seu próprio nome.
Registrou sua vida sendo benzedeira.
Escreveu através do poder das ervas e de suas rezas.
Arruda.
Fé.
Tá costurado.
Incendeia.
No seu documento escreveram analfabeta.
Deveriam ter escrito curandeira.
A ancestralidade que me permeia.
Por: India Andrade
@sigovestidadepoesia
* Para se vestir de poesia