Ao assistir os encontros sobre as celebrações sistêmicas, lembrei que mesmo sem conhecimento das leis sistêmicas um ritual que fazia com meus filhos no dia de seus aniversários, o que por alguns anos tornou-se tradição.
Após cada comemoração de aniversário das crianças, depois que os convidados iam embora, sentávamos a mesa para comermos um pedaço de bolo, os filhos e nós, eu e meu marido; nesse momento, enquanto comíamos um pedaço do bolo contávamos como foi o dia em que cada um nasceu, os detalhes na sua forma alegre, até cômica, como íamos para o hospital, a espera, quem estava junto, quando o pai ia buscar o bebê no berçário, as fotos, como foi voltar para casa com o bebezinho, como o pai arrumou os pertences, a cama o bercinho, a comida que preparou, até o momento em que perguntamos ao irmão mais velho ( com um ano e pouco) se ele queria um irmãozinho ou irmãzinha, que ele havia participado desse momento.
No dia do aniversário de dois anos dele nós contamos aos familiares que teria mais um bebê a caminho.
Então até uma certa idade, início da adolescência isso fazia parte das comemorações de aniversários.
Foi então que os filhos perguntaram o motivo pelo qual o pai não comemorava seu aniversário daquela maneira, com bolo, convidados... Ele não comemorava porque sua mãezinha faleceu no dia do seu aniversário de 16 anos.
Quando o pai percebeu a importância que isso fazia para os filhos ele tomou a decisão de comemorar, com os filhos e pelos filhos seu aniversário, pois isso seria bom para todos da família e que a tristeza da data não poderia perdurar, mas sim, a lembrança da mãe querida.