Amorosos ancestrais,
Hoje, com muito amor, eu olho para vocês.
Queridos avós, bisas, trisas, tataravós... por muito tempo não sabia nem vossos nomes, nem da existência de alguns. Elza, Carlinhos, Albertinho e Maria Tereza, hoje eu busco a minha história, eu busco minha cura em nome de todos vocês.
Sei que hoje trago da minha avó materna a forma de criar os filhos, de amá-los, ser batalhadora e não desistir nunca.
Querida avó, sinto que seus filhos queriam um pouco mais de tempo com a senhora. Acredito que toda essa emoção que carregamos, seus descendentes choram com facilidade, choram por tristeza, choram por felicidade, na verdade choramos por tudo... apenas choramos... lembranças nos fazem chorar.
Com muito amor, olho para a senhora minha avó Elza e por sua filha Maria Terezinha, vejo seu sofrimento, sua luta por sobreviver, sua luta por desejar criar seus filhos, ver eles crescerem... Vejo a luta de meus antepassados a fugir da guerra, também buscando sobreviver.
Querida avó, hoje eu posso fazer diferente, posso cuidar dos meus filhos, eu busco me curar em seu nome, em nome de meu avô, em nome dos meus tios. Em nome dos meus antepassados.
Querido avô Miguel você fez tudo o que lhe era possível, tudo o que lhe cabia naquele momento a fazer por seus filhos. Honro tudo o que o senhor passou, suas andanças, suas escolhas.
Hoje tomei um pouco mais de consciência daquilo que preciso ver. Querida avó agora dou lugar para o que começo a tornar mais consciente. Amada avó ao buscar mais saber sobre a senhora, vi mais a minha mãe.
Olhei para tudo e todos a minha volta, percebo que tenho adotado sentimentos e comportamentos que podem ser mudados. Percebo que eles não são verdades absolutas.
Gratidão a todos meus antepassados, agora com o olhar diferente vou encontrar outras formas de honrar a história que chegou até mim através de vocês!