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AS CONSTELAÇÕES COMO ESTILO DE VIDA

AS CONSTELAÇÕES COMO ESTILO DE VIDA
Nathalia Charlois
jun. 20 - 7 min de leitura
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Há pouco mais de seis anos ouvi pela primeira vez o termo “Constelação Familiar”. Na época, estava participando de um curso, onde foi apresentada esta ferramenta e realizada uma intervenção onde participei em grupo, porém de forma adaptada. Lembro de ter ficado bastante mexida e na ocasião, outros participantes falaram sobre o que era a tal da constelação familiar.

Geminiana e curiosa que sou, decidi procurar sobre o termo na internet, quando retornei para casa. Descreviam algo como o psicodrama, que eu havia estudado na graduação de psicologia, mas ainda assim, com outras particularidades.

Depois, algumas amigas constelaram e vieram me perguntar sobre ou se conhecia, no fim, elas que acabavam me explicando, porém, com um discurso bem parecido “é difícil explicar, você tem que participar de uma pra entender como funciona, mas é incrível o que acontece durante o processo”.

Confesso que continuei curiosa, mas não a ponto de participar de alguma. Iniciei minha terapia psicológica em 2019. Percebam que mesmo sendo psicóloga, sempre fui muito resistente ao meu próprio processo de cura. Sabia que necessitava olhar com mais cuidado para mim, para meus sofrimentos, relacionamentos, forma como me relacionava, porém, tinha um certo receio, pois é certo que o olhar pra dentro, nos causa desconforto e não é um caminho fácil.

Durante meu processo terapêutico, fui me dando conta de várias feridas que eu havia encoberto e que eu não percebia o quanto elas ainda podiam me ferir. Sentia que estava bem, ou havia me acostumado à elas, o que de certo, faziam com que várias situações se repetissem em minha vida.

Acredito que as coisas acontecem no tempo que estamos preparados e abertos a aceitar e compreender estes processos. Sendo assim, é como se o próprio universo nos mostrasse certos caminhos a seguir. Meio místico, mas acho que essa seria a melhor forma de explicar como a constelação voltou novamente para minha vida. Hoje sei que é porque vivemos em um sistema.

Em 2020 estava bem focada em minha terapia e comecei a perceber o quanto ela estava me ajudando, mas sempre fui buscando ler livros inspiradores, comecei a seguir pessoas nas redes sociais que eram focadas no autoconhecimento, segui alguns consteladores até que um dia assisti uma live de uma psicóloga sistêmica que utilizava desta técnica e com base na constelação e na teoria sistêmica, estava analisando minha série favorita da vida “This is Us”.

Amei ter assistido a live e olhar a série por outros olhos, com embasamento teórico que pouco me foi ofertado na graduação.

Sempre percebi que família era um assunto bastante caro para mim. Nos entretenimentos como filmes e séries, quando existia este tema como  eixo principal, sempre me sentia muito tocada, ficava analisando e percebendo coisas. “This is Us” tem esse poder sobre mim, é como se fosse uma sessão de terapia a cada episódio. Hoje percebo que eram fichas caindo e que aconteciam pequenas constelações a cada episódio, a cada cena que me tocava. Isso aconteceu em diversos filmes também, desde quando era criança.

Depois de ter contato com esta psicóloga, descobri que duas amigas estavam realizando a formação em constelação sistêmica, uma delas um dia me chamou para assistir ao vivo uma constelação e que experiência sensacional que foi.

Foi uma experiência muito intensa, abordou a relação de uma filha com um pai que era ausente, assim como eu me sentia, de maneira diferente da dela, mas como aquilo fez sentido para mim. Como aquele momento foi como um portal para entender e tomar meu pai, honrar o que ele fez por mim e agradecido por ter me dado a vida.

Ao entrar no carro para ir para casa, ainda em êxtase com a experiência, liguei o som do carro,  e tocou uma música que meu pai dizia ouvir quando estava com saudade do pai dele, chorei bastante e pela letra da música, pude entender muito do meu pai e perceber novamente a atuação do sistema reverberando.

Uma semana depois deste episódio, conheci as aulas ao vivo da Professora Olinda Guedes, achei bem potente, com ensinamentos que me fizeram olhar ainda mais para minha família, meus antepassados e meu sistema. Estava solteira havia um ano e estava muito receosa de encontrar um novo companheiro, devido a meus últimos relacionamentos terem sido disfuncionais.

Havia prometido para mim mesma que ficaria solteira e não me envolveria apenas por carência e que queria cuidar de mim.

As aulas da época eram voltadas para relacionamentos afetivos, onde a professora Olinda dizia para assistirmos ao menos 12 aulas antes de procurar um relacionamento. Anotei vários insights que fui tendo durante as aulas, compartilhava algumas coisas com meus pais, sobre nossa família e pude perceber que, mesmo com os conflitos familiares que existem, nos aproximamos.

Assisti as doze aulas que a Olinda propôs, assisti várias outras, participei de algumas imersões ao vivo, junto com a mestra e a turma e por fim, iniciei esta formação em Constelação Real.  Fui no meu tempo, absorvendo, entendendo meus processos, pausando quando necessário, desviando o foco, quando sentia que precisava também. Mas a cada retorno, vejo o quanto este ensinamento me é útil não apenas como meio de trabalho, mas também pessoalmente.

E como certas coisas estão já desenhadas em nossas vidas, mas não compreendemos ou não nos damos conta.

Atuo desde 2015 com famílias em vulnerabilidade social, um trabalho difícil, mas também gratificante em alguns momentos. Hoje consigo com meus conhecimentos e com o olhar sistêmico que venho desenvolvendo, entender melhor, compreender mais a fundo algumas situações e emaranhamentos de certas famílias que me procuram.

Hoje, consigo me olhar de forma mais sistêmica  e perceber que não sou e nem estou sozinha, muitos vieram antes de mim em meu sistema e que carrego e carreguei muitas coisas deles comigo.

Hoje entendo a constelação sistêmica como um estilo de vida e sempre dou um sorrisinho quando alguma ficha cai, ou quando entendo algo a partir do outro, quando constelo a partir de uma constelação que assisto, ou de música, filme, livros ou qualquer outra expressão artística que me apresente.

Viver de maneira sistêmica tem sido gratificante, ainda mais em tempos tão difíceis que estamos passando, com todas dificuldades presentes, poder ter contato com este conhecimento, me deu o respiro necessário quando está tão difícil respirar.

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