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AS CONSTELAÇÕES SISTÊMICAS EM MINHA VIDA: RELATO DE CONCLUSÃO DE CURSO

AS CONSTELAÇÕES SISTÊMICAS EM MINHA VIDA: RELATO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Angela Helena Bona Josefi
jun. 16 - 9 min de leitura
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Venho de uma raiz cujas  famílias, historicamente, são numerosas. Meu pai teve 17 irmãos, e minha mãe teve 8.  Sou a segunda entre 8 irmãos e, só para exemplificar, minha irmã mais velha tem 5 filhos, eu tenho 6, e a que veio depois de mim tem 8. Tenho mais 8 sobrinhos, filhos dos outros irmãos, já tenho 2 netos e 11 sobrinhos-netos. Outros ainda chegarão. Cabe dizer que meu marido e pai dos meus filhos também vem de família numerosa. Então posso afirmar, com gratidão, que a vida segue generosa no nosso Sistema.

A percepção da família sob a ótica da generosidade da vida ampliou-se para mim, a partir dos conhecimentos sobre as Constelações Sistêmicas.

Iniciei meu contato com esses conhecimentos mediante participação em workshops com Olinda Guedes, Peter Spelter e outros. Recentemente também conheci a abordagem de Franz Ruppert, que propõe uma metodologia para trabalhar a relação com a mãe, e outras, a partir de uma frase de intenção, da qual selecionam-se dois, no máximo três elementos para o início do trabalho.

Fiz o Curso presencial de Formação em Constelações Sistêmicas Familiares e Organizacionais, em Guarapuava, com Olinda, em 2019; concluí o curso online de Constelações na Água proposto por ela, em fevereiro de 2021, e concluo agora o Curso online de Formação Real em Constelações Sistêmicas.

Esse curso tornou-se um divisor de águas na minha vida e na vida da minha família porque promoveu melhoria altamente significativa nos meus relacionamentos e na forma de ver a vida e o mundo.

O meu encontro com essa Visão de Mundo – se é que posso chamar assim esse universo de conhecimentos – ocorreu a partir da minha busca quase desesperada por compreender o que acontecia com a nossa filha primogênita (minha e do meu marido), que trazia visivelmente um sofrimento na alma, demonstrado em seu comportamento desde o nascimento, diagnosticado anos depois como Transtorno Bipolar.

A compreensão básica que fui desenvolvendo ao longo desses estudos, é de que ela carrega um grande fardo de traumas vividos no nosso Sistema Familiar, como um imenso trabalho seu, para que nós outros fiquemos livres do peso desses traumas. A partir dessa percepção, nossa família passou a olhá-la de forma mais amorosa e acolhedora, e ela passou a se ver também assim e a buscar ajuda para esse seu trabalho tão árduo. Esse foi o primeiro “milagre” alcançado.

Sim, milagre, porque acredito que minhas orações a Deus foram ouvidas, e Ele me enviou anjos em forma de pessoas que me fizeram conhecer as Constelações.

Outras graças já foram alcançadas, como, por exemplo, em mim a cura da relação feminino-masculino. Indescritível a sensação de leveza que o amor fluindo sem barreiras pode trazer.

A abordagem das Constelações Sistêmicas tem seus fundamentos não somente na Psicologia, mas também na Filosofia, na Teologia, na Biologia, na Física,  e permite compreender que todos os seres e todos os sistemas se comunicam o tempo todo, que tudo faz parte, nada se perde, tudo se transforma, num imenso campo de energias que vai muito além do aqui e agora. Propõe um olhar mais amplo de percepção respeitosa e acolhedora sobre a vida, baseando-se em princípios ou ordens ou leis do Amor:

Lei do pertencimento – todos pertencem, tudo faz parte, tudo o que aconteceu permanece para sempre nunca voltando ao zero, e precisa ser reconhecido e muitas vezes transformado.

Lei do equilíbrio – dar e receber na mesma medida, faz acontecer a perenidade, permite ir adiante. Por exemplo, quando se rega uma planta ela retribui com frutos. Quando é dado o que o campo pede, o bem volta, quando se causa um dano, o dano pede pra ser reparado. Isso é da natureza, não só humana, mas da natureza como um todo.

Lei da ordem – hierarquia entre todos os seres e todos os sistemas. Quem veio primeiro, tem a precedência. Quando há disputa por liderança ou inversão da ordem, não há alegria, não há prosperidade. Quem está em primeiro lugar cria condições para o servir, serve. Quando não há progresso é um sinal de que há violação da ordem.

Entender isso foi fundamental para desenvolver um melhor conhecimento de mim mesma no meu processo de cura, que já me trouxe alguns resultados pessoais:

  1. mudança no meu jeito de me relacionar, procurando olhar o outro e percebê-lo com tudo  o que ele carrega, tendo um postura mais empática e acolhedora;
  2.  mais facilidade para demonstrar o amor pelo marido e pelos filhos;
  3.  segurança para prestar atendimentos a outras pessoas, em sessões de Constelação;
  4.  feedback positivo e amoroso de pessoas atendidas.

Algumas convicções se fortaleceram e ganharam luz para a minha vida cotidiana:

  1. A vida é o que mais importa, porque veio primeiro. Depois vieram as necessidades, as ideias, as vontades, os relacionamentos, as organizações... então valorizar e cuidar da vida está em primeiro lugar.
  2. Para que a vida flua, é preciso concordar que tudo faz parte, todos fazem parte: acontecimentos, pessoas, elementos da natureza. Se há excluídos, precisam voltar, precisam ser vistos, reintegrados ao sistema, reconsiderados.
  3. Reverenciar quem ou o que foi, sem julgamentos, é fundamental para a cura/transformação do Sistema.
  4.  Ajudar os outros é necessário também para quem ajuda porque aquele que não pode ajudar ninguém, fica só e definha. Tudo o que se cultiva, cuida e rega com amor, produz frutos e é possível colhê-los, porque há equilíbrio entre dar e receber.
  5. Quem veio primeiro tem a precedência, tem a liderança. Quando há violação da ordem, não há progresso.
  6. A compensação aos pais diante da grandeza do que nos deram – a vida – só é possível passando a vida adiante, aos próprios filhos, ou cuidando com amor gratuito da vida de alguém necessitado. Compreendi o que significa amar incondicionalmente e cuidar da vida dos meus filhos;
  7. Nós podemos interferir no presente e transformar as sensações oriundas do passado, para termos um futuro mais agradável, mais próspero, mais bonito, com mais amor.
  8. O tomar e o receber em mesmo nível, deve acontecer entre pessoas equiparadas, por exemplo entre cônjuges. Se não houver reciprocidade, equilíbrio, a relação não pode ir adiante. Eu e meu marido precisamos um do outro na mesma medida;
  9. Só se pode dar o que se tem. Crianças que não recebem amor incondicional dos pais, tornam-se adultos que não conseguem amar/expressar amor. Precisam, como adultos, primeiro se dar esse amor, curar a criança interior. Isso é possível.
  10. Um sintoma é um caminho, um sinal que quer mostrar o que precisa ser olhado. A cura é sempre uma jornada. Não há mágica.

Essas convicções, melhor percebidas, me ajudaram a desenvolver uma postura diante da vida, dos relacionamentos  e dos acontecimentos, com certos cuidados como os seguintes:

  1. Melhorar o uso da meditação como uma forma de perceber a realidade minha e dos outros;
  2. Concordar com tudo o que já foi, como foi, tomando a vida com gratidão e reverência aos meus pais, honrando-os, fazendo o melhor que puder com tudo o que recebi;
  3. Cuidar da minha criança interior numa postura amorosa de cura e de providência;
  4. Demonstrar mais claramente o meu amor incondicional pelos meus filhos, validá-los mais expressivamente, encorajando-os a tomarem a vida para seguirem sempre com coragem, prosperarem e serem felizes;
  5. Nas tomadas de decisão e escolhas, colocar sempre a vida em primeiro lugar;
  6. Assumir uma postura mais comedida e menos intervencionista no sentido de não querer mudar o outro mas ajudá-lo a encontrar a própria solução.
  7. Acolher mais;
  8. Interferir menos;
  9. Observar com cuidado para perceber melhor;
  10. Dispor-me a ajudar sem me impor.

Ao olhar para a minha jornada até aqui, e ver os resultados já alcançados, e também para o que me impulsiona a continuar, gostaria de dizer à Olinda Guedes, principal responsável por tanta transformação:

Seu trabalho faz a diferença no mundo, espalhando amorosidade, cura e felicidade. Sua missão é uma bênção para a humanidade, porque vem construindo um legado de transformação e conversão que beneficia multidões. Sua coragem, impulsionada por tanto amor e empatia, tornou-se luz que alumia ao longe a caminhada de todos os que passam pela sua vida.

Gratidão, muita gratidão, sempre!

#RCCFR

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