A constituição da natureza demonstra a existência de polaridades que buscam equilíbrio como o sol e a lua, noite e dia, frio e calor, feminino e masculino. Vivemos em uma sociedade que valoriza muito a polaridade do masculino e por muitos anos o feminino foi desvalorizado e excluído.
Muitas das nossas ancestrais precisaram vestir e desenvolver muito da polaridade masculina dentro de si, negando todo o desenvolvimento psíquico e natural do feminino. Precisávamos ocupar um lugar no mundo e ter voz.
Para isso anulou-se o feminino.
Recebemos de mães, avós e bisavós memórias de informações de dores. O nosso tão sagrado e poderoso feminino foi silenciado. Muitas das nossas ancestrais abriram os nossos caminhos, ocuparam lugares e cadeiras nas universidades, diretorias e empresas.
Mas, as mulheres também ficaram doentes, perderam a fertilidade, os cabelos, adotaram uma postura rígida e se sentem esgotadas. Problemas nos ovários, nas trompas, no útero, nos seios. E nós? Adotamos a postura de excluir o homem, como se as polaridades não precisassem se unir para complementar, compartilhar e equilibrar.
Chega! Não aguentamos mais executar sem sentido, sem amor e sem propósito. Não aguentamos mais ação sem a percepção de belo. Não somos meras executoras de tarefas, esse lugar nos cansa e nos oprime. A nossa força está no feminino e agora calhou à minha geração honrar e agradecer por todas as lutas das minhas ancestrais já que foram extremamente necessárias.
Agradecer por terem carregado câncer, infertilidade, nódulos, dores nas costas, e principalmente por terem aberto tantos caminhos profissionais e espirituais para todas as descendentes.
Agora a exclusão dos homens acabou.
Podemos complementar forças para que a vida fique mais leve. No resgate da minha sensibilidade, criatividade, sensualidade, recepção, acolhimento e ponderação restauro o meu feminino que por tantas vezes foi calado pelas minhas ancestrais.
Assim poderemos tomar o masculino sem perder ou desconectar do feminino criativo que é nosso.