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AS NOITES ESCURAS DA ALMA - UMA TRAVESSIA PELO DESERTO

AS NOITES ESCURAS DA ALMA - UMA TRAVESSIA PELO DESERTO
Rita Mileni de Souza Lima
abr. 24 - 5 min de leitura
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A nossa vida é repleta de escuridões emocionais: a perda de uma pessoa querida, o fim de um relacionamento, envelhecimento, doenças, problemas na vida profissional ou ainda uma permanente sensação de insatisfação de acordo com Thomas Moore.

A grande maioria da sociedade tende a analisar esses momentos em termos clínicos, como obstáculos a ser vencidos o mais rápido possível e de forma imediatista.

As noites escuras da alma são os sofrimentos que todos nós passamos e que não está no nosso controle, porém é desafiante passarmos por esse deserto na certeza da chegada ao campo florido e todos nós humanos vamos vivenciar esses períodos, essas fases.

Sob a perspectiva das constelações sistêmicas, nas noites escura da alma vamos experienciar memórias pessoais ou transgeracionais de sofrimento e disparar processos de profunda dor e sofrimento desproporcional ao contexto do fato ocorrido. O coração se fecha, viver parece uma carga insuportável e tudo o que mais queremos é encontrar uma saída, um remédio, qualquer coisa que nos tire do nosso mal estar, mas parece que nada funciona, nada traz alento.

E precisa-se muitas vezes dependendo da intensidade dos sintomas a medicação alopática para que a pessoa que está em processo de desregulação bioquímica do corpo devido a, por exemplo, depressão, TAG e síndrome do pânico.

O primeiro movimento que precisamos ter é de empatia, amor, compaixão e acolhimento sem julgamentos e olhar para isso em busca de quando esse período foi realmente vivenciado no sistema através das constelações e outras terapias sensoriais; pois durante as noites escuras precisamos de cuidado, intensificação de terapia e amor.

Desde 2020 vivenciei e ainda vivencio as noites escuras da alma.

Em primeiro momento, no início da pandemia de COVID 19, no qual tive que ser a “responsável” pelo bem estar da minha mãe e filha sozinha, o isolamento despertou-me memórias de medo, talvez de tempos reclusos de meus antepassados negros ou migrantes, com os sintomas de transtorno de ansiedade generalizada, taquicardia, dores no corpo, dor de cabeça. Meu coração está acelerado nesse momento.

E as pessoas diziam como você está com ansiedade e depressão, não há motivos para isso, você tem tudo!

O que fiz guiada por Deus foi procurar o psiquiatra que além de medicações prescreveu a busca pelo autoconhecimento para tratar as causas dos sintomas em profundidade e encontrei a mestra Olinda Guedes e as constelações sistêmicas, onde ate hoje busco a luz  acerca dessas noites escuras.

Com tudo isso, descobrimos que a depressão também se fazia presente com sintomas de apatia, perda de peso brusca, uma tristeza sem explicação, sensação de impotência.

 Em conversa sobre a minha vida percebemos que também revivia momentos de medo quando fugia de casa com minha mãe nas madrugadas de violência no meu lar e assim  estava explicado porque fui perdendo a vontade de comer e de me alegrar, pois  estava em ressonância com essa memória pessoal de perigo. 

Neste mesmo período, no meu sistema vivenciamos mais uma fase difícil e muito dolorosa, onde meu irmão caçula aos 18 anos foi acometido por um câncer ósseo raro e muito agressivo, que o levou a muitas dores, amputação da perna e mais tarde sua partida e mais uma vez vivenciamos novamente as noites escuras.

O que esse sintoma gravíssimo nos traz? O feminino ferido, o masculino ferido, a falta do amor de graça que durante gerações vinha sendo deixado de lado. Dou lugar ao meu irmão no meu coração e respeito seu destino e acolho sua apesar de dolorosa linda historia, lição de vida, de fé que ele nos deixou.

E como tenho elaborado esses períodos? Como encarar esses períodos de fragilidade e oportunidades para examinar as necessidades mais profundas da alma?

Esse processo pode nos dar uma nova compreensão do sentido da vida e, no fim, proporcionar a cura: me conectando com Deus, constelando, escrevendo, me acolhendo, acolhendo minha filha, alimentando direito, buscando meu lugar no sistema, meditando, olhando para minha criança interior, tomando as gotas curativas dos florais, estudando sobre as massagens, coloterapia.

 Continuando o tratamento alopático e em seis meses desmamei de uma medicação e acolho os sintomas e o que esses mensageiros têm a mostrar em busca da cura – o campo florido no deserto que estou em travessia e servindo, pois como diz a mestra Olinda Guedes: quem se importa serve! 

 

É na noite escura da alma que podemos nos colocar nos braços de Deus, Ele está a nos esperar, pois deserto é lugar de passagem e não de morada!

 

Eu sou uma floresta e uma noite de árvores escuras: mas aquele que não tem medo da minha escuridão encontrará bancos cheios de rosas sob meus ciprestes.”
Friedrich Nietzsche

 

# módulo 07

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