A partir de uma síntese das cincos “ordens da ajuda” proposta por Bert Hellinger, aprendi com a professora Olinda Quedes, que:
1ª - Só ofereça aquilo que você tem, mas só peça aquilo de que realmente necessita. Você só pode entregar aquilo que o outro realmente necessita. Quando chega alguém reclamando não significa que aquela pessoa quer ajuda. Tem que saber o que ela quer, o que realmente quer. Podemos perguntar: o que você gostaria? Se a pessoa disser "eu quero ajuda", questionamos "o que é?". Lembrando que terapeuta nenhum tem como mudar a outra pessoa, podemos ajudar quem está diante de nós a mudar a si mesmo, a mudar a postura diante das circunstâncias. O outro só muda por meio de mudanças nossas. É o cliente modificando a vida dele que possibilita a mudança a sua volta.
Quando mudo algo em mim, aquela pessoa muda velhos padrões, porque fiz algo positivo e entrou em ressonância com essa pessoa. Eu preciso perceber o que em mim nutre o comportamento limitante daquela pessoa? O que em mim fica tão aborrecido por aquela pessoa se comportar daquele jeito? Por que que eu tenho tantas expectativas frustradas em relação a essa pessoa? Quando eu transformo esses padrões, eu posso transformar o meu relacionamento com aquela pessoa, mas nem sempre eu vou transformá-la. Aquela pessoa pode modificar os seus comportamento porque ela vai perceber que eu já sou uma pessoa nova. Eu não tenho comportamentos tóxicos em relação àqueles comportamentos tóxicos. Outra coisa é quando eu não estou nutrindo mais os comportamentos limitantes da pessoa. Naturalmente, ela pode procurar outros relacionamentos que lhe agrade mais e eu também.
2ª tomar a realidade como a realidade é é considerar as circunstâncias, nunca penas a queixa da pessoa (não é o sofrimento desligado do todo). É observar o que está acontecendo de maneira sistêmica, nunca de forma mecanicista. O sofrimento do indivíduo acontece de forma sistêmica. Sentir culpa, sentir que está em dívida com alguém, que essa pessoa não nos respeita. Você não pode considerar só a queixa do cliente, só o que ele relata pra você, tem que considerar o contexto, o todo para encontrar a causa e a solução. A cura é muito mais que episódio, é jornada. Portanto, não saia logo querendo ajudar, pesquise o contexto.
3ª ordem: tratarmos o outro como adultos, pois a ajuda deve ser de adulto para adulto. Eu devo considerar o outro como adulto e eu também como adulta. Dois iguais seguindo um caminho que é a resolução de problemas, a melhoria de circunstâncias. Uma relação na qual ambos têm poder e afeto. Todos somos protagonistas das nossas vidas
4ª ordem da ajuda, quando ouvir a queixa de um cliente não considere só no aqui e agora : num relacionamento mais próximo, ou com situações que o cliente apresenta como imediatamente correlatas àquele sintoma. Observe os antepassados, a história familiar, a história profissional, considere a queixa dentro do sistema com profundo respeito pelo cliente e seu sistema. Nunca coloque o cliente como certo e o seu sistema como errado. Considere que ele é parte de um grande todo. “Deve-se colocar ao lado de quem contra quem se tem uma queixa” (Olinda Guedes), isto é, não se colocar contra o cliente, mas ao lado de quem e contra quem tem uma queixa. Para exemplificar: se estivesse ouvindo essa pessoa que é o alvo da queixa, devemos pensar no que ela diria.
5ª ordem: só pode ajudar alguém quando você der a essa pessoa e ao sistema dela e a tudo o que acontece com ela, um bom lugar no seu coração. Não julgamento. Respeitar o destino dela. Para o que você não dá lugar no coração, não pode ajudar. Isso ocorre não porque não seja possível, mas porque eu não dou conta ainda.
#Módulo8