Amados antepassados, até aqui eu vivia em um grande ninho de embaraços em meio de uma grande nuvem negra... A qual me trazia muitos sofrimentos, angústias e muitas dúvidas.
Contudo hoje posso dizer! Eu vejo vocês! Sou muito grata por tudo que viveram e fizeram para que a vida pudesse chegar a mim. Foram dias de grandes lutas, desbravamento de terras, separações, perdas irreparáveis, muito trabalho...
Meus amados, é com o coração cheio respeito, orgulho a vocês, que escrevo essa!
Em especial aos meus amadíssimos avós maternos, dona Maria Antônia, conhecida por TUNICA, e o senhor Joaquin, conhecido por BUTINA: eu amo vocês!!! Descobri na minha trajetória sistêmica que passei boa parte da vida honrando vocês dois. Quero dizer que já não mais carrego esse fardo. Fui liberta.
Obrigada pelo amor de graça recebido. Quanta saudade da minha infância, das tardes que passava no quintal da casa de vocês: foram tardes mágicas, me perdia no meio das flores, dos pés de frutas, brincando de casinha e de fazer comidinha...O pé de mexirica era meu favorito! Minha imaginação infantil viajava além dos horizontes ali naquele pedacinho de paraíso... guardarei eternamente no meu viver!
Sem contar que era muito bom sentir o cheirinho da comida da minha TUNICA, era sensacional... amava seu feijão pagão... sua farofa de amendoim socada no pilão. Seus afagos, abraços e seu colo também eram únicos!
Meu avô BUTINA, homem sério da cara fechada, que me contada os melhores causos... contos e histórias, meu companheiro de aventuras, me levava pro mato pra colher ervas.. Fazia o melhor fogãozinho para minhas comidinhas, me levava com ele a todos lugares... inclusive nas missas de domingos às quais eu ia emburrada... Obrigada a vocês por tanto amor e sabedoria a mim passados!
A todos os outros que vieram antes... muita gratidão e orgulho de todos!!!