Queridos antepassados,
Sei muito pouco sobre vocês bisavôs e trisavôs, meus avós já faleceram e meus pais sabem muito pouco, estou triste por não saber de onde vieram, o que fizeram.
Foi uma pena não ter conhecido vocês e não ter dado o meu amor e sentido esse mesmo amor de vocês.
De qualquer forma, imagino o que enfrentaram, quantas coisas vocês passaram, de que forma viveram, será que presenciaram guerras?
Foram escravos?
Porque minha mãe é morena, tem alguns traços de negros.
Ah como eu queria saber e me emociono ao escrever essa carta e imaginar essas vivências passadas.
Vocês viveram em uma época que não tinha saneamento básico, luz elétrica, passavam as roupas em ferro de brasa, banhos em bacias, colchão de palha, hoje tá tudo moderno por aqui.
As notícias na época de vocês eram dadas na rádio, e hoje temos televisão colorida, internet, um aparelho que se chama celular que nos conecta no mundo todo, podemos ver e falar com as pessoas, incrível não?
Vocês iam gostar de ver, jamais imaginavam que um dia a tecnologia estaria dessa forma, tenho certeza.
Percebi que eu e minha avó paterna, temos algo em comum, ambas mudamos de uma cidade e para outra, em busca de uma vida melhor; sozinhas, eu com 17 anos e ela com 20 anos.
O meu avô paterno saiu de Santa Maria de Vitória-BA para Várzea da Palma - MG, e a minha avó foi depois com 4 filhos para ficar com ele, e tocarem a vida lá.
Meu avô era cortador de lenhas e pescador, e lá viveram 80 anos de casamento, uma história de amor linda.
Eu amo a natureza, a água, o ar puro de uma mata, deve ser por isso não é mesmo?
E hoje o sentimento é gratidão à vocês que seguiram a linhagem de procriar e fez que eu estivesse aqui nesse mundo, escrevendo e agradecendo por tudo, fico com tudo o que é bom e deixo com vocês o que os pertence, e sigo minha vida para deixar o meu legado.
Um beijo grande da Chris.