Queridos antepassados,
Aos que vieram primeiro, bisavós, avós, papai e mamãe, aqui tentarei ser o mais objetivo, não quero romantizar algo que ainda para mim seja novidade, mas de qualquer forma faz parte de mim, algo que estava adormecido que agora, aos poucos, estou tomando ciência e reconhecendo vocês em mim, não só quando me olho no espelho e vejo uma semelhança, mas também nos meus comportamentos em relação a minha família, posso agora dizer a nossa.
Hoje posso dizer também que carrego comigo porcentagem de vocês, que compreendendo o sistema como uma teia de aranha onde estamos ligados, que tenho a responsabilidade de não curar e nem de arrumar nada, mas sim, começar de novo.
Posso dar oportunidade para as novas gerações, através de nossos erros, que muitas vezes foi aos trancos e barrancos, de algumas formas tentamos fazer o certo e o melhor, o ontem se tornou-se o hoje e o hoje o agora, podemos sim e devemos isso as novas gerações, através da consciência que algo está errado e que pode ser melhorado e não mudado.
Amados antepassados, a própria palavra já fala por si, jaz antepassados por dificuldades, dores, fome, raiva, ódio, trabalharam muito, sofrestes com mortes prematuras, abortos, violências e entre outras coisas terríveis, mas sei também que amaram muito, dançaram, cantaram, brincaram, sorriram, viajaram, buscaram ser os melhores dentro de suas limitações.
Carrego comigo o sangue dos Italianos por parte da mãe e o sangue dos espanhóis por parte do pai; busco minhas raízes, talvez não as encontre, mas os reconheço, porque os sinto, se sinto eu manifesto, se manifesto eu crio, crio na minha vasta imaginação, aonde não existem limites, não existem fronteiras e nem barreiras.
Posso abraçá-los e dizer o quanto sou grato por ter vocês e graças a vocês estou aqui dando continuidade a esse sistema que posso dizer, um sistema de ensino que vai deixando como herança os aprendizados, obrigado!
Eu vejo vocês.
Gratidão