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CARTA AOS ANTEPASSADOS

CARTA AOS ANTEPASSADOS
Vilmarisa Carneiro da Silva
mai. 22 - 6 min de leitura
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Queridos antepassados:

Bisavôs materno: Napolina da Silva Teixeira e Neco Teixeira da Silva, pais de minha avó Maria Joaquina da Silva Carneiro;

Genésia Batista Domingues e Manoel Antônio Carneiro da Silva, pais de meu avô Agenor Carneiro da Silva;

Bisavôs paterno: Crespim Soares de Lima e Ana Paz de Lima, pais de minha avó Maria da Luz de Lima;

Conceição Prestes, mãe de meu avô João Prestes.

Pais de meu avô Aristides Félix da Silva;

 Venho, por meio desta carta agradecer-lhes pela oportunidade de poder estar aqui vivenciando e experimentando esta dádiva da vida. Sei que a vida de vocês não foi nada fácil, vocês batalharam, trabalharam na lavoura, faziam empreitadas, roçadas, muitas vezes, trabalhavam o dia inteiro em troca de 1 kg de alimento.

Minha bisavó materna mãe de minha avó materna,  Napolina da Silva Teixeira foi uma mulher guerreira, fazia carpidas e plantava para sustentar a família, gostava muito de batata doce assada.

Certa vez, segundo contou minha mãe, ela machucou a perna, fez um corte grande, mas, mesmo assim saia à luta. Era uma mulher forte dizem que até parteira ela foi. Já, o biso Neco seu esposo  trabalhava, mas não tanto quanto a bisa Napolina. Criaram nove filhos que são do meu conhecimento.

Os bisavôs, pais de meu avô materno, também criaram muitos filhos, suas vidas não foram muito fáceis, mas tinha um porém, meu biso Antônio e minha bisa Genésia não gostavam muito de trabalhar. A bisa Genésia, lavava roupas e deixava meses estendida no varal, ela gostava muito de pão, mas só comia quando ia à casa de alguém, pois dizia que não sabia fazer e, também não tinham condições passavam necessidades.

A vida começou a melhorar um pouco quando os filhos pegaram uma idade e começaram a trabalhar, assim ajudavam no sustento da casa.

Os bisavôs paternos também não tinham a vida muito fácil, trabalhavam direto na roça, plantavam para o seu próprio sustento. Segundo meu pai, a bisa Ana mãe de minha avó Maria, apesar de ter uma vida difícil, era uma mulher muito caridosa, quando chegava o inverno, que naquele tempo era muito rigoroso, ela ia até a cidade na casa do sr. Lupion, pedia cobertores e levava para distribuir as pessoas que não tinham.

Já os bisavôs, pais de meus avôs, digo avôs porque tenho dois avôs, não tenho muitas referências, pois meu pai foi criado pelo padrasto Aristides e, veio a ter contato com seu pai João Prestes a pouco tempo. Meu pai conhecia a mãe do avô João Prestes dona Conceição, disse que era uma mulher muito trabalhadeira, mas não teve muito contato com ela.

Meu avô Aristides, padrasto de meu pai era um homem muito trabalhador, ensinou meu pai a trabalhar, mas gostava muito de uma cachaça. Quando saia e vinha pra cidade comprar alguma coisa, um alimento que estava faltando, pra fazer na janta, podia esquecer porque ele vinha e ficavam uns três dias na cidade bebendo e jogando truco com os companheiros.

Meu pai é o filho mais velho de oito irmãos, logo que começou a trabalhar ajudava na manutenção de casa, quando meu pai casou-se com minha mãe, meu avô se acalmou um pouco mais encurtando suas vindas a cidade.

Tive a felicidade de conhecer os meus avós e a bisavó Napolina. Na bisa Napolina me lembro de quando ia visita-la, sempre tinha uma linguicinha defumada que deixava em cima do forno a lenha. Chegávamos lá e ela servia aquela linguicinha com pão e café uma delícia.

Meu avô materno acabou morrendo meio cedo, cometeu suicídio até hoje ninguém sabe a causa.

Meu avô Aristides, padrasto de meu pai, tive bastante contato, lembro que nas colheitas de feijão, meus pais sempre iam para ajudar na arrancada de feijão e, nós ficávamos andando de carroça com o avô Aristides, pois ele puxava o feijão na carroça e, levava até o terreiro quando o feijão secava eles malhavam na vara. O avô Aristides morreu aos 85 anos de idade, lembro que antes de partir ele falou que só iria durar mais uns três meses e, dito e feito logo ficou doente e partiu.

A casa de minha avó paterna, os finais de semana eram sempre cheia de gente. Lembro que minha avó sempre fazia umas petecas de palha, lá no terreiro nos reuníamos, fazíamos uma grande roda e brincávamos de jogar peteca. Os meus tios mais novos gostavam muito de jogar bola.

A casa de minha avó materna também sempre foi cheia de gente, lá nos reuníamos com os primos, íamos a um campinho próximo e brincávamos de escorregar de um barranco dentro de uma caixa de papelão.

Com o passar dos anos começamos a ter contato com o avô João Prestes, também um homem muito bom que lutou a vida inteira. Quando meu pai era criança o avô João Prestes tentou aproximar-se de meu pai, mas ele evitou. Mas, há uns doze anos atrás antes de sua morte houve uma reaproximação entre meu pai e ele e, tive um pouco de contato com ele. Ele já era viúvo e, era doidinho pra arrumar uma nova esposa, era até um pouco vaidoso, mas uma excelente pessoa.

E, agora ainda tenho minhas duas avós que bênção, minha avó Maria está com 79 anos, não é muito velha, mas é um pouco judiada devido ao trabalho na roça. E minha avó Maria Joaquina está com 83 anos, até bem pouco tempo atrás ela andava bastante era bem independente. Agora de uns tempos pra cá que ela já não sai mais sozinha, sempre que saíamos passear ou fazer alguma visita antes da pandemia nós a levávamos junto.

Gratidão a todos os meus ancestrais, pois, graças a vocês estou aqui e, a vida hoje está bem melhor não vivemos na escassez. E, por vocês viverei a minha vida plenamente.

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