Meus queridos antepassados, como é bom escrever para vocês!
Aceitar o convite para escrever essa carta, é viajar no tempo ...
Há quanto tempo, começou a nossa história? Não tenho ideia, só sei que vocês conseguiram e deram continuidade à história da nossa família. Por isso, estou aqui, e hoje me alegro por pertencer a essa família.
Houve um tempo, em que eu não entendia, o motivo porque me sentia tão triste. Pude perceber mais claramente que a tristeza era profunda, quando a vida estava “estabilizada”, já formada, casada, marido, filha, realizada profissionalmente. Entretanto, vivendo com uma tristeza profunda.
Hoje, eu sei, que trazia o sentimento daqueles que deixaram a Pátria Mãe, que deixaram seus sonhos para trás.
Quando aqui chegaram, foi necessário aprender uma nova língua, novos hábitos, nova alimentação, viver da terra, viver do campo ...
Imagino, que nem todos que aqui chegaram eram camponeses, no entanto a terra era a oportunidade para iniciarem uma nova vida.
E assim a vida pode continuar. Como foram valentes os meus antepassados!
Aos poucos tomando conhecimento da nossa história, pude reconhecer a tristeza dos meus antepassados que deixaram o lar para trás, e perceber que a tristeza profunda foi saindo de mim.
Nesse meio tempo, as minhas duas filhas, se interessaram por origami (dobradura em papel) e kirigami (corte de papel dobrado).
Escrevo, vendo um pote cheio de origami de tsurus, que enche o meu coração de alegria. Aliás, a minha mãe se chama Tsuru, Tsuru é uma ave sagrada do Japão. É o símbolo da saúde, da boa sorte, felicidade, longevidade e da fortuna.
É o que eu desejo a todos que lerem esse post!