Queridos antepassados,
Eu, em minha vivência, tenho tido várias situações em que me vejo travada e emaranhada. Tive uma infância e uma adolescência muito felizes, onde me moldaram e destinaram como seria a minha vida adulta. Hoje percebo que minha existência veio através do que vocês vivenciaram e decidiram para a vida de vocês.
Sei que vivenciaram momentos de guerra, de incertezas, de medos, de inseguranças, de fome. Meus queridos avós, não tive a oportunidade de ter convivência com os senhores, o único com quem tive, porém, e não recordo muito bem da convivência, é o Senhor Vô Eloi, que é muito lembrado e amado por todos.
A Senhora, vó Amália, é muito amada e querida pelos seus filhos que sentem muita falta da sua presença na vida deles, e isso passou para os seus netos, porém não a culpo e nem tem porquê culpar, entendo que a Senhora foi uma mulher muito forte e corajosa. Já a perda dos senhores, vô Bullio e vó Bela, lamentamos e sofremos com isso, pois foi de uma forma muito trágica e repentina, vocês são exemplo de educação e carinho.
Dentre os meus antepassados, tenho um tio avô muito querido que faz parte de minha vida e minha existência de maneira que me formou enquanto pessoa, em cujo convívio aprendi muito e vejo os seus ensinamentos no meu dia a dia.
Tenho-o como exemplo de pessoa sábia e muito culta, e me inspiro em seus ensinamentos.
Algo que tenho percebido é que me incomoda saber do passado de vocês. Enquanto para mim é algo curioso, ao mesmo tempo, não faço muita questão de saber o que viveram ou passaram para que eu existisse. Porém os respeito e me reverencio diante da existência de vocês, porque sei e sinto que sem vocês eu não existiria e não seria como sou hoje.
Não sei se a minha vida encontrar-se travada e sem sentido, é uma reverberação da vivência de vocês, porém deixo com vocês o que é de vocês e sigo apenas com o que é meu, e vou para a vida, para vivê-la em plenitude.
Ass.: Talissa Sestito Bullio