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CARTA AOS ANTEPASSADOS

CARTA AOS ANTEPASSADOS
Meire Zibordi
out. 26 - 3 min de leitura
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Queridos antepassados, aqui estou,  vivendo, aprendendo, conhecendo-me e nos conhecendo, e reesignificando.

Inicio um processo de reflexões e descobertas. 

Venho de uma família em que os casamentos eram arranjados, os filhos tinham um "respeito", medo de decepcionar,  de contrariar os pais. 

Uma família em que as mulheres não tinham vez, eram submissas, só serviam para cuidar dos filhos,  da casa e servir o marido.

Não podiam expressar seus sentimentos,  tinham que aceitar tudo.  Tinham medo de ser rejeitadas pelo marido e ter que voltar para a casa do pai.  Tinham medo do que as pessoas iam falar, medo de não conseguir sustentar os filhos ou até mesmo de não se sustentar.  Medo de não ter onde morar, de ficar falada na vizinhança. 

Não trabalhavam fora, não tinham oportunidade de estudar, trabalhar, ter seu dinheirinho. 

Os homens eram machistas,  tinham suas mulheres como empregadas. Saiam com outras mulheres para se satisfazer sexualmente. Eram sempre autoritários,  batiam nos filhos e até na mulher algumas vezes. Havia muita briga, gritos e choros. Bastava ser contrariados para ter início a confusão familiar. 

Eles trabalhavam fora (trabalhos braçais) e proviam a família com o necessário (às vezes faltava o necessário).  Chegavam final de tarde e a comida tinha que estar pronta, quentinha,  se possível já no prato.

Crianças silenciadas para não atrapalhar,  tudo perfeito.

Talvez alguns poucos momentos de união assistindo televisão, no programa que eles queriam é claro. 

As crianças com criadas com medo, carinho somente da mãe,  salvo algumas exceções entre estes homens da minha linhagem. Apanhava-se muito, nem sempre por motivos que justificasse uma cinta, chinelo, mangueira de chuveiro,  entre outros. 

Dormir cedo, ajudar os pais no trabalho braçal, dar o dinheiro recebido para ajudar nos custos da casa, sem diversão,  brigas familiares… e então casa-se cedo para sair de casa logo ou sai de casa e vai tentar a vida na capital, na casa de algum parente bondoso.

A maior parte dos meus antepassados viveram assim.

Alguns se saíram um pouquinho melhor. Outros sofreram muito.

Hoje na minha família percebo que todos  trazemos muitas sequelas dos nossos antepassados,  alguns menos outros mais.

Estou buscando me ressignificar nesta árvore,  vejo que trago muitas coisas boas também e sou o que sou hoje porque houve mulheres muito fortes e guerreiras,  teve bons homens também. 

Sou grata a todos os meus antepassados  e sigo reconhecendo o valor de cada um na minha vida.

Quero aproveitar cada momento deste curso para que eu possa ter o equilíbrio, as curas necessárias, ser feliz e servir, ajudando outras pessoas na minha caminhada.

 

Gratidão 🙏

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