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CARTA AOS ANTEPASSADOS

CARTA AOS ANTEPASSADOS
Joanita Berezoski dos Santos
out. 17 - 5 min de leitura
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Meus queridos antepassados bisas, bisos  e tataravós,

Eu não os conheço e ouvi falar quase nada de vocês. Me chamo Jucinéia sou filha do Davi e da Maria, neta da dona Maria (dona Marica) e do seu Juvenal (seu Juve) por parte de pai, e neta do seu Jorge Plantes e da dona Rosa (Rosalina)por parte de mãe. Somos em tres irmãos comigo.

Sou casada, tenho 1 filha e 1 netinha. Pelo lado paterno somos da família Simões da Rocha e Barbosa, meu pai ,eu, meus irmãos somos Simões da Rocha, alguns tios são Simões da Rocha e outros são Barbosa, confesso que não entendo muito porque não temos todos o mesmo sobrenome.

Soube que Simões vem dá vó que é Maria Simões e Barbosa e Rocha vem do vô que se chamava Juvenal Barbosa da Rocha.

Sei muito pouco de vocês e sinto muito por isso, pois não só eu não sei como as tias e tios e também o pai sabe pouco.  O vô morreu quando eu ainda era criança, aos 67 anos, e a vó morreu uns 3 anos atrás, porém, quando comecei a estudar sobre a família, ela já estava com doença de Alzheimer e não poderia me passar informações que gostaria. Sinto muito.

Quero inclui-los e falar de vocês, não sabemos nem de qual a origem ao certo nós somos, concluo que sejamos portugueses pelo sobrenome, mas, pela fisionomia de alguns tios, acredito também que sejam europeus; meu pai tem pele e olhos claros, assim como um outro tio, que um dia ao perguntar se alguém sabia onde era a casa dele, um vizinho dele me falou : "Sei sim quem é , é um alemãozão bem alto" rsrrs , apenas concordei, por não sabermos ao certo as origens que pertencemos.

Sei que a tristeza e a depressão fazem parte deste sistema, assim como alguns vícios; o vô era jogador e o pai era alcoolista e hoje está numa cadeira de rodas devido a sequelas do AVC.

Quero dizer mais uma vez que sinto muito por tudo o que passaram, pela falta de amor, de carinho de compreensão pela orfandade de vocês quero falar que vou orar/rezar por vocês e constelar para que as próximas gerações possam viver em harmonia.

Pelo lado materno somos Plantes dos Santos, sobrenome do vô que é Jorge Plantes dos Santos e Vale pelo lado da vó que é Rosalina do Vale; eles já faleceram, sei um pouco mais sobre eles, alguém me falou, agora não lembro quem, que a família Plantes eram Brandes na Alemanha e entraram no Brasil como Plantes, contudo, não sei se é verdade essa história; até onde sei o vô era alemão e a Vó de origem italiana.

Ela tinha bem os traços de mama italiana; quando fui procurar mais informações também não encontrei muita coisa, a família não teve muito interesse.

Minha mãe contava que os filhos respeitavam muito meu avô, que ele era carinhoso. Já a vó era muito braba e grosseira, minha mãe, que era mais velha, foi a que mais sofreu. Hoje eu entendo que a vó só fez o que sabia e o que achava que era certo e que se soubesse que causaria tanta dor e sofrimento na minha mãe, certamente seria diferente.

Para vocês, meus antepassados do meu lado materno, quero dizer que sinto muito e quero incluir todos aqueles que não foram vistos e que sofreram muito.

Na família materna há muitos diagnósticos de depressão e doenças de obesidade, bem como diabetes, pressão alta; o vô Jorge teve sete AVC´s . A minha mãe faleceu aos 52 anos, fez uma cirurgia de redução do estomago, mas tinha um problema de diverticulite que não foi visto e acabou tendo complicações e veio a falecer. 

Percebo ser uma família muito carente, falam muito de doenças e enaltecem o sofrimento, quando alguém morre , eles gritam, choram, desmaiam. Por muito tempo critiquei e sentia vergonha disso. Hoje gostaria de dizer que sinto muito, pois só vocês sabem a dor que vivenciaram em suas vidas, quantas mortes presenciaram, quantas dores e falta da família sentiram, quanta dor ao deixar sua pátria e vir para um país desconhecido , quantos filhos lançados ao mar.

Sinto muito por terem vindo para um lugar onde a cultura era totalmente diferente, os costumes nada parecido com o que voces tinham e por terem que ter começado do zero, com tanto sofrimento.

Sinto muito por todos os antepassados que presenciaram as guerras e todas as suas consequências, o frio intenso, a fome, a dor física e não ter recursos. Sinto muito pela orfandade de vocês. Sinto muito por toda a escassez que passaram e hoje posso fazer diferente com a benção de vocês, sei que posso honrá-los fazendo diferente.

Termino essa carta dizendo que eu vejo todos vocês e honro vocês todos da família materna e paterna, sinto muito por tudo o que passaram.

#mod01#bisavós#tataravós#antepassados

 

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