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CARTA AOS MEUS ANTEPASSADOS

CARTA AOS MEUS ANTEPASSADOS
Adélia Carvalho Dias Silveira
mar. 17 - 5 min de leitura
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Eu os vejo dentro dos meus olhos.

Queridos antepassados.

Primeiro gostaria de um pedido real, amoroso e sincero de desculpas, e hoje eu Adélia Carvalho Dias Silveira, aos meus 44 anos venho através desta carta de amor, de cura e de paz, pedir-lhes perdão, desculpas por ter vivido até aqui ignorando as vossas existências.

Deixando de ver as suas lutas, as suas alegrias, os seus amores, conquistas, derrotas, vitórias, então eu venho lhes falar que hoje eu os vejo, os tomo e os honro, deixando ir o que são seus e deixando o que é meu, com muito respeito e amor eu vos peço as suas bênçãos para que eu vos honre fazendo da minha vida uma vida extraordinária, feliz, alegre, prospera, abundante, com muita sabedoria e sucesso.

Agradeço por terem deixado sua terra, seus pais e irmãos, por terem travessado os sete mares, por terem cuidado da terra, das florestas, por terem morrido em combate, por nascerem, por terem ofertado vidas e também terem tirado vidas.

Obrigada por serem quem são, por quem foram, por fazerem o melhor que puderam, para que eu pudesse vir e estar aqui agora.

Existem segredos, maculas mas, também existem verdades, superações, alegrias, e assim vamos tecendo essa colcha de retalhos de vida, que começou em dois e continua em um.

A maior prova de amor que posso ofertar é viver a minha vida!

Sei que esperaram muito eu deixar de ser mimada, mal agradecida e egocêntrica, mas agora estou aqui e agradeço.

Aos meus antepassados honro com uma breve citação dos meus avos primeiro paternos e em continuação os maternos, que deram continuidade ao sistema que hoje pertenço.

Meus avôs que lutaram para ofertarem o melhor para meus pais, meu avô Cicero Dias, um homem sem muitas falas, um tanto introvertido que sustentou uma grande família com sua sabedoria e trabalho, peço-lhe pela primeira vez a sua bênção.

Minha avó Adélia Oliveira Dias que com sua beleza e sua irreverência encantou o meu avô e toda uma cidade, uma mulher forte, ativa, ousada, debochada, para frente de seu tempo, inteligente e caridosa foi uma mãezona, trazendo sempre as crias ao seu lado e os deixando ir com muita amorosidade, devota de nossa senhora de Fátima, deu ao seu último filho, meu pai o nome do bispo de Ilhéus Dom Eduardo, por ter impedido os médicos de fazerem uma curetagem por acharem que seu filho era um tumor.

Mulher forte, determinada e alegre, revolucionária ao seu tempo era chamada de dona Marota, uso com muito orgulho seu nome que me fora ofertado, infelizmente só descobri isso após sua morte.

Hoje vovó Adélia tenho novamente a oportunidade de lhe pedir a sua bênção, e agora escrevendo essas palavras me veio a lembrança do sonho mais doce que tive com a senhora me ofertando uma rosa branca, logo após a sua morte.

Eu tinha apenas 14 anos, não entendia muito, apesar de nunca ter contado esse sonho, sinto que aqui o devo fazer, para lembrar a grande ligação que existe entre uma avó e uma neta.

 Te amo vovó Adélia!

Como é suave ouvir essa saudação, o quanto me emociona pois nunca tive a oportunidade de chamá-la assim, só de vovó Marota.

Obrigada pela vida e pelo nome.

Vovô Francisco Sales, um homem forte, determinado e temido, peço também a sua bênção.

Sei hoje que sofreu por não saber ofertar o amor, pois não aprendeu a amar, tinha que ser forte, sinto muito, de verdade; minha avó Alexandrina Rosa Barreto, que como não recebeu o amor de mãe, do marido, pouco soube ofertá-lo.

Mas o fazia da sua forma, uma proteção contra as agressões se fez mãe de vários filhos, o primeiro com poucos dias falecido, trouxe força, garra, fé e muita oração para o seio da família.

Como a idade já avançada para aquela época cerca de 44 anos, deixou ir meu avô embora para os braços de outra mulher, por querer paz, e trouxe consigo a fé, a reza do terço diário, e nas mãos uma agulha e panos uma companhia constante das bolinhas de fuxico, feitas com vários panos de cores e texturas sem igual.

Trazia assim a alegria que de tão escondida só podia ser vista assim, uma mulher forte que mesmo sem leitura deu sabedoria aos seus filhos e netos, sua ancestralidade indígena nos trouxe amor a terra, as flores e a natureza.

Deixo aqui minha alegria e gratidão por fazer parte desse sistema tão puro, imperfeito, amoroso, de guerra e de paz, tão respeitoso e agressor, tão forte e tão fraco.

Eu sou pequena e os que vieram antes de mim são grandes, por isso volto a dizer Eu os vejo, eu os honro!

Por isso com essa carta deixo o que pertence à vocês com vocês, o que é meu deixo seguir comigo e peço à vocês a sua bênção para eu seguir em frente com a minha vida e fazer diferente honrando-os com a minha alegria, felicidade, prosperidade, abundancia , sucesso e amor.

Obrigada!

Eu amo vocês!

 

 

 

 

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